A campainha toca na Mansão Westenra. A senhora Westenra se apressa para atender a porta pessoalmente, antes de qualquer criada. Com um rosto visivelmente contristado, ela recebe John Seward, dizendo:
_ Ela teve uma recaída esta noite, Dr.
John Seward cumprimenta a mãe de Lucy e se apressa a encontrar sua amada e a encontra, de cabeça baixa, com sua mão direita sendo segurada por seu noivo, Arthur Holmwood.
_ Ele chegou, meu amor, pode ir, não se preocupe comigo. _ Diz Lucy, bastante contristada.
John e Arthur se cumprimentam e o apaixonado noivo vira-se para seu amigo psiquiatra e pede:
_ Cuide bem dela, meu amigo, por favor, ela é tudo que eu tenho!
_ Você sabe que eu não tenho hesitado em nada para encontrar uma cura para estes ataques. _Afirma Seward.
Arthur se curva diante de Lucy e beija sua testa e diz:
_ Esse trauma, doença, ou o que quer que seja não muda em nada o meu amor por você, Lucy, e não adiará nosso casamento.
_ Eu queria estar curada antes de você descobrir! Minha mãe não deveria ter lhe contado sobre isso. _ Lamenta Lucy.
_ Não vejo problemas, meu bem, se estou disposto a casar-me contigo, é certo que enfrentaremos tudo juntos! _Enfatiza Holmwood
Lucy se levanta e sem nenhum brilho no olhar e nenhum sorriso a expressar, de costas mesmo, diz para Seward:
_Vamos, preciso me abrir com o senhor, Sr. Seward.
Quando Lucy levanta a cabeça, vê Mina descendo a escada sorridente. A amiga que tanto amou, que sempre viu como uma irmã, agora tem um brilho que a irrita.
Mina demonstra empatia com Lucy e a abraça antes de sair, dizendo:
_ Eu posso ficar contigo hoje e lhe fazer companhia, amiga.
_ Não, eu estarei me consultando com o Dr. Seward, faça o que você gosta! _ Diz ela, de forma ríspida.
Lucy se direciona para seu quarto, subindo a escada, de cabeça baixa, dando passos lentos. Seward e Holmwood se olham e Arthur percebe que sua noiva, se quer se despedira dele.
_ Bom, eu tenho que trabalhar! _ Diz ele.
_ Eu estou de saída e o acompanho até o portão. _ Pontua Mina, tentando atenuar o clima de apatia que toma conta do cenário.
Até o portão, Holmwood faz um questionamento importante para Mina:
_ A senhorita não questionou o Seward mais sobre Frank Renfield, o que motivou sua mudança?
Mina olha nos olhos de Arthur e fala com sinceridade:
_ A doença dele motivou a partida de Jonathan, que até agora não retornou e não me envia notícias, já há tempos. Na verdade, minha preocupação nunca foi com Renfield e sim com o Sr. Harker.
_Sr. Harker? Nunca vi a senhorita se referir assim ao seu amado noivo, está ocorrendo algo que eu não saiba?
_ Se o senhor viajasse para um lugar distante, habitasse um tempo em meio a nobreza de um país desconhecido e não enviasse notícias para Lucy, o senhor acha que ela se referiria a ti com amor e carinho que o senhor não outorga a ela? _ Indaga Mina.
As palavras de Mina calam o jovem moço, que levanta seu chapéu e se despede de Mina.
Enquanto isso, a sós com Seward eu seu quarto, Lucy senta-se a cama, chora e indaga:
_ Você é realmente meu amigo?
_Claro que sou! Antes de ser seu médico, sou o garoto que sempre teve um amor platônico por ti, Lucy! _ Enfatiza Seward.
Em prantos, Lucy o abraça forte, dizendo:
_ Então, eu preciso de um amigo! Eu preciso de alguém que me ame!
_ Você acha que alguém no mundo a ama mais do que eu? _ Indaga Seward.
_ Por que diz isso? Palavras de amor nunca são suficientes para demonstrar sentimentos. _ Pontua Lucy.
_ Sim! Mas você está noiva de meu melhor amigo, esteve fora por um ano e nunca me deu esperanças e eu continuo aqui, pronto a te ajudar! _ Enfatiza Seward.
As palavras do jovem fazem Lucy abraça-lo novamente e chorar, dizendo:
_ Eu não amo o Arthur! Eu não posso me casar com ele! _Ao ouvir a confissão de Lucy, John sorri, e corresponde o abraço de Lucy com maior força, fechando os olhos, e ouvindo a sequência das palavras de Lucy: _ Mas o príncipe que eu amo, escolheu outra pessoa, melhor do que eu, mais digna e mais admirável!
_ Que tolo! Um homem deste não pode ser chamado de príncipe! _ Enfatiza Seward.
Lucy sorri e diz:
_ Eu demorei a descobrir, eu tentei, eu quase o conquistei, mas ele me trocou pela minha companheira.
As palavras de Lucy levam o psiquiatra a pensar em Mina e indagar:
_ Mina? Por isso ela está tão risonha e já não comenta tanto sobre Jonathan Harker!
Sem dizer nada, Lucy balança a fronte sinalizando positivamente e em seus pensamentos, se atormenta com sua dor.
Seward não resiste a tristeza de sua amada, levanta o queixo da moça e a beija. Lucy corresponde o beijo sem hesitar, abraçando o fortemente, de maneira que os dois acabam deitando-se à cama.
_ A senhorita sabe que é noiva do meu melhor amigo, e isso não é correto, não sabe? _ Indaga ele, enquanto suas mãos tocam suas pernas.
_ Você sabe que eu não o amo e não me casarei com ele, não foi isso que eu te disse a pouco? _ Pontua Lucy.
_ Ainda assim, eu sou seu médico, seu psiquiatra e isso implica em confronto ético, eu posso me complicar profissionalmente. _ Confessa ele.
Lucy o vira e por cima dele, engole o choro, começa a abrir sua camisa, dizendo:
_ Que abusado você! Se passa por nobre, mas morre de desejos da noiva do seu melhor amigo! Ouvi sua paciente para se aproveitar de sua fraqueza e se deliciar com seu corpo!
_ Pois é, eu ajo ao contrário do tal príncipe tolo que a rejeitou por Mina, eu sou um monstro! _ Confessa ele, sorrindo.
As palavras de Seward fazem Lucy lembrar de Drácula, então ela se lança sobre o jovem, o beijando e confessando:
_ Monstro! Eu amo monstros!