O medo é algo que tem seu significado definido pela língua portuguesa como sendo o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo. Algumas palavras sinônimas que buscam representar da forma mais próxima o que se sente quando se tem a sensação de medo são temor, ansiedade irracional ou fundamentada e receio.
Gotham City, 1953
Em uma linda mansão, localizada na belíssima cidade de Gotham, no estado de Nova York, ter medo poderia ser algo comum. O cenário é algo que pode ser traduzido como amedrontador, talvez por isso, o pequeno garoto, herdeiro da família Wayne, caminha cabisbaixo pela enorme floresta que cerca a imensa mansão.
_ Bruce! Bruce! _ Ouve-se dentro da Mansão. Uma voz leve e concisa segue chamando por Bruce repetida vezes: _ Bruce! Bruce, meu filho, onde está você?
O garoto de apenas oito anos segue caminhando cabisbaixo até que uma pisada em falso o leva para um buraco onde ele desliza para dentro de uma caverna localizada no interior do terreno da Mansão.
_ Ah! Socorro! _ Ouve-se o grito dele.
O grito da criança é ouvido por sua mãe que olha para o fiel mordomo de sua residência e indaga:
_ Alfred, é a voz do Bruce?!
Enquanto isso, Bruce resvala pela caverna em uma área reclinada, a semelhança de um tobogã. Após alguns segundos, Bruce se vê no interior da caverna.
Tudo está escuro e como se não bastasse, Bruce percebe uma assídua e contínua movimentação de morcegos que circulam no local, irritados com a presença do garoto.
_ Mamãe! Socorro! _ Grita ele, de olhos fechados, apavorado.
A intensidade do medo que sente leva Bruce a desmaiar.
Mais tarde, ele acorda em sua cama macia, agora, a voz suave de sua mãe é ouvida. Ao abrir os olhos, ele percebe o diálogo sobre ele sendo discorrido entre sua mãe, Martha, seu pai, Thomas e seu mordomo, Alfred.
_ Martha, você não pode tirar os olhos dele. _ Comenta seu pai, Thomas.
_ Eu não sei o que ocorreu, quando dei por mim, ele havia sumido e quando ouvi sua voz, sai para procurá-lo, sorte nossa, foi encontrá-lo na sua caverna. _ Justifica a atenciosa mãe.
_ Dona Martha tem razão, patrão Thomas, o jovem Bruce não costuma sair da Mansão. _ Comenta Alfred, o mordomo.
_ Ele caiu na caverna, tivemos sorte de nada de mais grave ocorrer. _ Enfatiza Thomas.
Os comentários dos adultos são interrompidos pela voz tremula e amedrontada do garoto de apenas oito anos:
_ Mamãe! Eram muitos os morcegos.
_ Sim, filho. Existem morcegos na caverna, mas felizmente, eles não te fizeram mal. _ Argumenta Martha.
_ Veja o que eu trouxe para você? _ Comenta o pai, Thomas, que saca de seu bolso três convites para um espetáculo musical.
_ Ópera, Thomas! Um espetáculo de alto nível! _ Celebra Martha.
_ Ópera? Mas eu não sou muito fã desse tipo de música, mamãe. _ Pondera Bruce.
Ouvindo isso, seu pai o interrompe:
_ Filho, ópera é música clássica, música de qualidade. Precisamos aprender a apreciar e compreender. Certamente você começará a apreciar a ópera à medida que for ouvindo e tornando isso um hábito.