Após o ocorrido no parque, Jonathan e Mina decidem encontrar o Dr. Van Helsing. Apreensiva, Mina se esforça para não comentar que o tal homem que, segundo seu esposo, é a imagem do ancestral do conde que muito lhe fez mal é o seu amado príncipe.
Ao chegarem ao sanatório, eles são informados de que John Seward e Van Helsing estão com Arthur Holmwood e Quincey Morris na antiga residência de Lucy e se dirigem para a antiga Mansão Westenra.
Ao chegarem, Harker pede para falar com Van Helsing a sós, enquanto Mina, apreensiva, acaba ficando com os três velhos amigos de Lucy, na sala.
_ Dr. Van Helsing, qual a possibilidade de eu estar ficando louco como Renfield? _ Pergunta Harker.
_ Imagino que, depois de tudo que você viveu, seja algo bastante possível, mas me conte o que lhe aflige, meu amigo. _ Pede o Dr.
Enquanto isso, na sala de estar, os três amigos percebem a aflição de Mina. Arthur lhe oferece uma água e percebe uma leve tremedeira nas mãos da agora Sra. Harker. Quincey pergunta:
_ Está tudo bem, Mina?
A pergunta é ignorada por ela, que, meditando, começa a relembrar que seu primeiro encontro com Alucard foi no Porto de Brighton, após um navio vindo da Transilvânia atracar contra o porto, sem nenhum sobrevivente. Mina começa a cogitar e relembra que em seu primeiro encontro, Alucard se referiu ao ocorrido com tamanha precisão, como se estivesse no navio.
_ Seward, eu posso falar contigo a sós! _ Pede ela.
Arthur e Morris se olham e Morris se sente rejeitado, sem entender a atitude da moça.
_ Claro! Vamos a outro cômodo. _ Sugere Seward.
Nesse ínterim, Jonathan conta a Van Helsing o que viu e este tenta acalmá-lo.
_ Fique tranquilo, amigo, o que você viu pode ser coisa da sua cabeça, pode sim ser uma alucinação, mas não é nada que indique loucura ou que deva deixá-lo atemorizado. _ Diz o parapsicólogo.
_ Mina ficou tremendo, aflita, quase não disse uma palavra após o que ocorreu, eu imagino que ela deva estar pensando que eu estou louco. _ Confessa Jonathan, confissão que leva Van Helsing a expressar um leve sorriso irônico.
Já na cozinha, Mina confronta John Seward:
_ O que Lucy lhe contou sobre meu envolvimento com Alucard? _ Indaga ela.
_ Ela não me falou muito, nem o nome dele, Alucard, não é mesmo? Nem isso ela contou.
_ O senhor não acha antiético comentar sobre minha vida com o Dr. Van Helsing? _ Questiona ela.
_ Sim! Se eu fizesse isso com o tal propósito, mas comentamos sobre o caso porque Lucy confessou tudo a ele, inclusive que ela estava envolvida com o mesmo homem que a senhorita. _ Diz ele, que, em seguida, corrige: _ Senhora, perdão!
As palavras de Seward deixam Mina ainda mais aflita:
_ Ela estava envolvida com Alucard?
_ Sim, ela disse que ele a havia rejeitado e escolhido a senhora, porém eu imagino que não tenha dado certo, pois logo em seguida a senhora viajou para encontrar o Sr. Harker e voltou do leste europeu casada. _ Mina fica perplexa e estagna. Tentando juntar as peças, ela emudece.
Na sala, ao perguntar de Mina, Jonathan ouve de Arthur:
_ Ela está conversando com Seward na cozinha.
_ Viu, doutor, ela deve estar o consultando se eu posso estar louco. _ Lamenta Harker.
_ Fique tranquilo, amigo, se me permite, vou conversar com ela a sós. _ Pede Van Helsing.
_ Claro! Eu agradeço. _ Diz Jonathan.
Ao se aproximar da cozinha, ele observa John Seward, segurando as duas mãos de Mina e se desculpando, emocionado:
_ Eu te juro, eu jamais comentaria algo ao senhor Harker, eu jamais faria tal coisa, eu só comentei tentando salvar a vida de Lucy, nunca se tratou da senhora. Me perdoe, por favor!
Antes que Mina responda, Van Helsing os interrompe:
_ É claro que ela o perdoa, mas eu preciso falar com a senhora Harker a sós! A senhora me permitiria 20 minutos no escritório.
Sem dizer nada, Mina segue Van Helsing para o escritório, enquanto John Seward tenta limpar seus olhos e lamenta:
_ Misturar trabalho com paixão, isso nunca deu certo, eu sabia disto e posso me arruinar com tudo isso!
Ao adentrar o escritório, Van Helsing fecha a porta e se assenta ao lado de Mina, pegando em suas duas mãos e indagando:
_ O que pode deixar tão aflita uma jovem tão bela?
_ Eu não sei em quem posso confiar, doutor, eu não sei o que fazer. Eu preciso encontrar Alucard. _ Confessa ela.
_ Eu lhe disse isso e também lhe disse que ele iria até a senhora, não lhe disse? _ Indaga Van Helsing.
_ O senhor não tem ideia do que ocorreu. Imagino que deva estar pensando que estou aflita pela loucura de Jonathan, mas não é isso que me aflige. _ Confessa ela.
_ Seu marido não está louco e eu sei o que lhe aflige. _ Pontua Van Helsing.
_ O senhor não tem ideia, acho que eu também estou louca. _ Insiste Mina.
_ Deixe-me te interromper e me corrija se eu estiver errado. _ Diz Van Helsing.
_ O senhor estará errado, o senhor não tem ideia… _ Mina tenta falar, mas Van Helsing a interrompe novamente.
_ Seu marido diz que viu um ancestral do conde e o tal ancestral é o seu príncipe, Alucard.
Mina se cala. As surpreendentes palavras de Van Helsing impedem que ela diga algo.
Enquanto isso, na sala, Jonathan tenta descobrir o que Mina conversou com John Seward.
_ Ela está achando que sou louco, não é mesmo? Foi por isso que pediu para falar com o senhor a sós? _ Indaga ele.
_ Senhor Harker, o senhor sabe que não posso comentar nada sobre tal conversa. Apesar de não cobrar, ela falou comigo como fala a seu psicólogo. _ Enfatiza Seward.
_ Eu entendo, eu temo que Mina me abandone, apenas isso. _ Lamenta Harker.
Nesse ínterim, Van Helsing confronta Mina com as novas descobertas da moça.
_ A senhora nunca observou os fatos com clareza? A começar pelos nomes: seu príncipe de reino desconhecido é Alucard, o inverso de Drácula. Dalv, o conde que recebeu Renfield e seu esposo, nada mais é do que Vlad escrito ao contrário. Este é o nome real do tal príncipe de alguns séculos atrás, que, supostamente, teria feito um pacto com o diabo e, em troca, ganho a imortalidade.
_ Imortalidade? Quer dizer que ele é…
Antes que ela termine, Van Helsing a interrompe novamente:
_ É o assassino de Lucy! O assassino de todos naquele barco que lhe chamou a atenção! É o cruel ser que causou todo este mal a Renfield, Lucy e seu esposo e, por isso, minha irmã, que, na verdade, nunca foi Madre, mas está naquele local, disfarçada para enfrentar males maiores e com a autorização do Vaticano, pronta para salvar pessoas como o seu marido e a senhora.
_ Eu corro risco, então, doutor? _ Pergunta ela.
_ Corre, mas eu preciso de ti para pegar este monstro e dar um fim a ele. _ Confessa Van Helsing.
_ Mas ele não é imortal? _ Pergunta ela.
_ Ele é, no sentido de que não envelhece e pode ressuscitar até mesmo a partir de suas cinzas, mas ele não é Deus e pode, sim, entrar na inexistência e com sua ajuda, eu vou destruí-lo! _ Promete Van Helsing.
_ Ele me levou ao pecado, levou minha melhor amiga à morte, o senhor Renfield à loucura e meu marido a um sofrimento que ainda não acabou! Conte comigo, doutor. Vamos mandar este demônio de volta para o inferno! _ Concorda Mina.
_ Belas palavras, senhora Harker, mas momentaneamente, preciso que preserve este segredo apenas entre nós, até mesmo o Sr. Harker deve ser preservado. _ Pede Van Helsing.
_ Eu não posso contar a ele que, enquanto ele sofria, eu me apaixonava por um demônio, então, eu sou quem mais precisa que guardemos este segredo só entre nós. _ Pede Mina.
Após tais palavras, Van Helsing abraça Mina, de maneira que ela sente um calor que não sentia desde que era tocada pelo frio corpo de Drácula. Sem se conter, Mina também o abraça forte, beija seu pescoço e ouve em seus ouvidos:
_ Fique tranquila, princesa, eu vou te proteger!
_ Eu confio no senhor, doutor! Tudo que o senhor disse faz muito sentido!