Gotham, 1963.
Em uma banca de Gotham, um palhaço compra uma revista e observa sua manchete:
“Joe Chill, o assassino de um sonho”
_ Um sonho? Quando um rico morre, morre um sonho? Quando um pobre morre, vira um número. _ Pontua, ele.
_ Tenha um bom dia senhor Fleck. _Diz o vendedor da banca.
O palhaço sai caminhando para seu trabalho, enquanto o homem da banca diz:
_ E o pior é que esse idiota tem razão.
A alguns quilômetros de distância da banca, o agora jovem milionário Bruce Wayne, filho de Thomas e Martha Wayne, é advertido por seu mordomo Alfred:
_Patrão Bruce, não confunda justiça com vingança! O que o senhor está desejando fazer é se vingar!
_ Veja esta revista, Alfred! Aqui está a verdade! Joe Chill não matou apenas um casal de pessoas preocupadas com o bem comum, ele matou um sonho! Ele matou um sonho e não será punido! _ Lamenta Bruce Wayne.
_ Ele já foi punido patrão Bruce, está preso há oito anos e terá seu perdão por denunciar o crime organizado de Gotham. _ Pontua Alfred, o mordomo.
_ Alfred, depois da morte do meu pai, você foi quem esteve mais perto de ser um pai para mim, mas já estou crescido e sei que isso não é justo. Joe Chill foi condenado a prisão perpétua e deixará a prisão perdoado por entregar outros bandidos? _ Pontua Bruce, indignado com a possível decisão do poder judiciário.
Em seguida, ele relembra tudo que viveu nos últimos dez anos:
_ Eu tinha apenas oito anos, meus pais, bilionários que buscavam a promoção de justiça social em Gotham, pessoas que dedicaram sua vida as ações sociais, na defesa dos mais humildes, promovendo auxílio, gerando emprego e condições melhores para quem não tinha, mortos por um delinquente! Um marginal que por causa das drogas escolheu de forma obsoleta, viver nas ruas. Eu queria ir embora mais cedo aquele dia, não estava me sentindo bem, não gostava daquela ópera, estavam todos fantasiados de morcegos e eu estava com medo. Eles não queriam, eles queriam aproveitar o que eles chamavam de uma bela expressão cultural. Após eu muito incomodar, meus pais decidiram deixar a ópera e irem embora mais cedo. Saímos discretamente por uma porta lateral. Mal sabíamos, o trágico destino que os aguardava, logo que saímos fomos atacados por Joe Chill, aquele maldito queria apenas algo para satisfazer seu vício. _ Em seguida, Bruce dispara com bastante ira: _Eles entregariam tudo Alfred! Eles iam entregar tudo! Mas ele não esperou, se quer se prestou ao trabalho de aguardar. Atirou logo em seguida e matou ambos!”
Durante todo este tempo, aquela cena se passa na mente de Bruce Wayne, repetidamente, toda vez que lembra de seus pais.
Alfred tenta atenuar a ira do jovem:
_Entendo, patrão Bruce! Eu entendo!
_ Quando o Tio Philip ficou com minha custódia, quando ele decidiu me enviar para o colégio interno na Inglaterra, quando retornei para terminar minha formação e ser cuidado por você após a morte dele, hoje, em todos os tempos que vivi, nunca consegui esquecer, lembro de cada detalhe daquela noite. _Confessa ele, olhando para o idoso mordomo que o criou como seu tutor, apesar de sempre ter se comportado como um excelente servo.
Alfred, com sua barba branca, muita experiência, se silencia, apenas observando o jovem que auxiliou na criação, em seus últimos anos.
“Ele acaba de completar 18 anos, seus sentimentos estão dominados pelo ódio, sede vingança e justiça. Ele se tornou um jovem indignado, raivoso, contudo, ignorante quanto ao funcionamento do mundo.” Avalia ele em seus pensamentos. O silêncio de Alfred é interrompido por mais uma fala de Bruce:
_Agora, o criminoso que matou o sonho do legado de meus pais estará livre porque fez acordo para entregar os chefes da máfia de Gotham! Não, Alfred! Ele não pode ficar impune! Passaram-se dez anos, mas ele precisa continuar a ser punido. Eu farei justiça!