Alguns meses depois:
“Meu nome é Max Eisenhardt e eu tenho apenas 12 anos. Foram doze anos difíceis. Eu nasci em 1932, filho de uma família judia alemã de classe média. Meu pai, chamava-se Jakob Eisenhardt. Ele foi condecorado veterano da primeira guerra mundial.
Vivemos e sobrevivemos a ascensão, discriminação e às privações durante o regime nazista. Eu tinha apenas três anos de idade quando foram aprovadas as Leis de Nuremberg em 1935. Nós fugimos da Alemanha para a Polônia, mas fomos capturados durante a invasão nazista e fomos enviados para o Gueto de Varsóvia.
Lá, durante um momento em que fiquei muito irritado e percebi que eu poderia alterar a atuação dos metais ao me concentrar e apesar de não ter conseguido evitar a morte de meus pais, eu usei tal dom para conseguir fugir.
No entanto, poucos meses depois, eu acabei capturado e agora, estou há quase um ano, preso com outras famílias judias.”
Max é cuidado por uma garotinha da mesma idade, que diz baixinho, enquanto molha um pano e coloca no rosto de Max:
_ Eles não nos mataram ainda, mas é questão de tempo, Max, precisamos fugir deste lugar. _ Pede a garota.
_ Magda, eu já fugi uma vez. Eles nos capturam novamente. _ Diz Max.
_ Não, sua família é judia e não está acostumada a se virar como nômades. Meus pais morreram neste lugar, mas me ensinaram tudo que precisava saber em doze anos de vida. Somos crianças aos olhos destes nazistas, para eles, somos nada. _ Diz a valente garotinha.
_ Eu posso tentar usar meus poderes, mas se nos pegarem, vão nos matar e por você estar comigo, vão te matar primeiro. _ Diz Max, com medo de perder sua única companheira.
_ Se ficarmos aqui, cedo ou tarde seremos mortos. Se fugirmos, temos uma chance de sobrevivermos. _ Insiste ela.
_Jamais, se você morrer, eu jamais me perdoaria. _ Diz o pequeno garoto, que decide não atender o pedido de sua amiga.
Enquanto isso, no comando do campo de concentração, o comandante recebe uma visita e se gloria pelo que ocorre no local:
_ Aqui, todos os de raça inferior são trazidos, alguns separamos para os trabalhos forçados e transformamos em Sonderkommando, um grupo trabalha na execução de seus próprios companheiros. Diariamente efetuamos execuções e mortes nas nossas maravilhosas câmaras de gás. Quando alguém tenta fugir, nós os fuzilamos.
Dentro do campo de concentração, um grupo de judeus sussurra sobre seu plano de fuga:
_ Vai ser hoje à noite, não podemos mais aguardar o dia de nossa morte de forma pacífica.
Magda, a pequena garotinha amiga de Max ouve e se apressa em ir até seu amigo:
_ Max, Max. É hoje à noite. _ Diz ela.
_ O que, Magda? _ Pergunta ele.
_ Os homens presos tentarão uma fuga em massa, eu os ouvi conversando e parece que serão ajudados por alguns sonderkommandos, que estão cansados de participar da execução de seus próprios compatriotas, de sua própria raça. _ Diz ela.
As duas crianças se misturam a grande multidão e quando a noite chega, o confronto ocorre. Os presos se rebelam e buscam a liberdade, a maioria deles morre, muitos são presos, mas utilizando suas habilidades de controlar metais, até então escondida pelo garoto, Max foge apenas com sua amiga. Juntos, os dois conseguem chegar a uma espécie de floresta.
_ Conseguimos! _ Vibra ela, abraçando Max.
_ Sim! Sem você, eu não teria tido coragem. _Diz ele.
Magda olha para trás, vê uma grande fumaça surgindo do campo e lamenta:
_ Quantos dos nossos morrerão hoje?
Max, surpreende e diz:
_ Judeus, negros, ciganos e todos que são julgados como pertencentes a raças inferiores pelos nazistas, todos aqueles que não são arianos morrem diariamente, mas hoje é 7 de outubro de 1944, é o dia em que duas crianças fugiram de um poderoso exército!
As palavras de Max alegram o coração de Magda que o abraça e beija seus lábios.