Após a recepção amigável, Jonathan Harker vai para seu quarto, onde escreve seu diário:
“Esta é minha primeira noite no castelo do Conde Tepes e posso dizer que foi uma recepção surpreendente.
Tudo que eu imaginava sobre como seria recebido pelo conde caiu por terra! Não fui recebido por nenhum servo, nem serva, fui tratado como nobre e o verdadeiro nobre, agiu como um servo.
O caminho para chegar a Transilvânia foi tenso. Eu nunca havia viajado para fora da Inglaterra.
O castelo do conde fica nos Montes Cávina, a janela do meu quarto dá de frente para um imenso rio que fica há mais de dez metros abaixo. Dá medo só de olhar para baixo.
O conde contou várias histórias, ele disse que é descendente dos Hunos e seus ancestrais viveram e reinaram na região, há cerca de quatro séculos atrás. Ele me permitiu chamá-lo pelo seu primeiro nome, Dalv.
Na sala de refeições, onde conversamos, ele contou que se tornou Conde após o estabelecimento da monarquia na Romênia e isso ocorreu pelo fato dele ser descendente direto de alguns heróis nacionais cristãos como o antigo rei Vlad III, conhecido como Drácula, amado pelos romenos cristãos por ter combatido veementemente os muçulmanos nas guerras santas da região.
Sobre o senhor Dalv, o que posso escrever? Ele é um senhor idoso, deve ter em torno de uns sessenta anos e tem uma mão fria, um toque forte. Ele fala olhando em nossos olhos de forma leve, calma e compassada. Parece não se exaltar em nenhum momento.
Enfim, chegar até aqui foi algo mais tenebroso do que a chegada em si, até porque as pessoas da região se comportam de forma estranha, com muitas superstições, deve ser algo comum aos cristãos católicos.
Mas de modo geral, fui bem tratado em quase todos os lugares, somente o cocheiro não foi simpático e não me dirigiu uma palavra durante todo o percurso. Talvez porque ele não compreendia o alemão e o húngaro e eu não sei falar romeno.
Estou perdido no horário, agora deve ser quase 4h da manhã no horário local e não estou com sono, não sei se é ansiedade ou o que, mas vou tentar dormir e parar de escrever, amanhã preciso assinar o contrato com o conde e retornar para Inglaterra.
Não vejo a hora de encontrar minha amada Mina Monroe e marcar a data de nosso casamento.”