Segunda-feira, 3 de Maio de 1963 pelo calendário católico
O despertador toca, Adda, o clone de Elisabeth Bathory, o grande amor de Drácula, acorda.
_Seis da manhã! _Diz ela, esticando-se em sua cama e concluindo: _Preciso procurar um emprego!
Adda se levanta rapidamente e desce para tomar o café da manhã com seus pais. Seu pai já está reclamando, afinal Adda recentemente deixou seu estágio no jornal a Tribuna do Rio de Janeiro por não concordar com a plataforma editorial do jornal:
_Filha, jornalismo é assim. _Diz ele. _ Em qualquer local que você for trabalhar, você vai ter que falar bem dos anunciantes e combater os adversários de quem paga seu salário.
Adda prepara uma resposta eficaz para rebater a afirmação de seu pai, mas o telefone toca e sua mãe pede para ela atender.
Ao obedecer a sua mãe, ela percebe que quem fala ao telefone é Marcos, seu vizinho:
_ Oi Adda, eu estou sabendo que você está desempregada e eu ouvi falar que estão contratando nos bancos. Se você quiser, eu posso te auxiliar a entregar alguns currículos. _ Diz ele.
_ Obrigada Marcos, mas o Matheus, meu colega da faculdade, vai me levar para uma entrevista em um novo jornal que vai iniciar seus trabalhos na cidade. _Diz ela.
_ Trabalhar em outro jornal? _ Pergunta Marcos.
_ Sim! É minha área! É o que eu quero. _ Justifica Adda.
Após a conversa ao telefone, Adda retorna a mesa, mas antes de tentar retomar o diálogo com seu pai, ela ouve a buzina do carro de Matheus.
_Vou lá papai, vamos ver se sua filha desastrada consegue um emprego. _ Ironiza ela.
Ao entrar no carro de seu amigo, Adda agradece o apoio de Matheus.
_ O que você está fazendo por mim é muito gratificante! _ Diz ela.
Algum tempo depois, os dois chegam ao novo jornal. Adda destaca a cor predominante na fachada e dentro da sede do jornal, vermelho, cor que simboliza o trabalho e era tão combatida pelo seu antigo jornal, a Tribuna do Rio de Janeiro.
Eles observam que várias pessoas aguardam a entrevista de emprego. Matheus afirma que também participará da entrevista.
Enquanto ela se distrai, ele pega sua mão e diz:
_Que nós dois consigamos a vaga!
Adda rapidamente tira sua mão do contato com a mão de Matheus e diz:
_Com certeza! Seremos nós!
Após algum tempo, ela entra e encontra os até então estranhos para ela, Diogo e Miguel, que são os encarregados pela entrevista:
_ Sente-se senhorita. _diz Miguel. Os dois se sentam à mesa a frente dela e Miguel começa a satirizar: _ A senhorita sabia que este jovem é apaixonado por você?
Adda fecha a cara e diz:
_ Eu vim aqui atrás de um emprego, se for para ter possíveis chefes abusadores, vou procurar emprego em outro lugar.
_ Uau! Bem que você disse! _Diz Miguel
_ Eu avisei você, Miguel. Ela é incrivelmente perfeita. _ Pontua Diogo.
_ Senhorita Adda, eu tenho apenas cinco perguntas e depois veremos se você poderá nos ser útil. _ Afirma Miguel.
_ Eu não sou útil a nenhum homem, o meu trabalho pode ser útil. _Rebate Adda.
_ A senhorita acredita em vampiros? _ Pergunta Miguel.
_ O que? Eu vim aqui atrás de um trabalho sério, acho que me enganei, vou embora! _Diz Adda. Miguel sinaliza para Diogo, e este para em frente a ela e olhando em seus olhos diz:
_ Sente-se e apenas responda sem mentiras, seja sincera e não minta, não diga nada a não ser a resposta verídica ao que lhe for perguntado. _Ordena Diogo.
Hipnotizada, Adda se senta e Miguel pergunta:
_ Eu preferia brincar um pouco mais, mas seu gênio impulsivo não me permitiu, então vou ser rápido e prático. A senhorita acredita na existência de vampiros?
_ Não. Vampiros são lendas e seres humanos são os demônios que habitam pela terra. _ Responde ela.
_ A senhorita está enganada, mas gostei da sua resposta. _Diz Miguel. Em seguida, ele indaga: _Se a senhorita conhecesse um vampiro, toparia dar uma chance e criar um relacionamento com ele?
_ Se eles forem melhores que os homens sim. Os homens são insuportáveis. _ Responde Adda.
_ Concordo plenamente contigo. Agora, só uma última pergunta. A senhorita conhece a história do Drácula. Toparia ser sua escrava, esposa ou habitar com ele?
_ Drácula não existe e eu nunca li nenhuma história dele, mas se ele me amasse como eu sou, certamente, poderia me fazer feliz. _Confessa ela.
_ Perfeito! _Diz Miguel. Em seguida ele se levanta e ordena a Diogo: _Faça ela esquecer tudo isso e ficar aqui mais vinte minutos. Quando ela sair, a faça pensar que foi entrevistada por um jovem loiro de olhos claros e cabelos arrepiados.
_ Hey! Essa é a descrição do Gabriel. _ Comenta Diogo.
_ Sim! Faça ela ter em mente a descrição dele, mas achar que foi entrevistada por um homem com o nome de Adam. Já que o Lord Drácula a chamou de Adda, vamos brincar com o nome dela. _Diz Miguel.
_ Ok! _ Responde Diogo.
_ Há! Ordene que ela busque meu livro sobre a história do Drácula na livraria e faça umas perguntas para saber se ela é digna de conhecer o Lord de forma consciente. _Conclui Miguel.
_ Não sei porque essa fala, se sabemos que ela vai para o castelo de qualquer jeito. _ Murmura Diogo.
_ O que disse? _ Pergunta Miguel.
_ Nada. Farei o que ordenou! _Conclui Diogo.
Após 45 minutos, Adda deixa a sala e Matheus lhe pergunta:
_Por que demorou tanto?
Adda responde:
_Que louco, pareceram apenas quinze minutos.
_Pois é. Minha entrevista durou apenas vinte minutos. _ Comenta Matheus
Após o breve diálogo, eles caminham para o carro, Matheus segue querendo saber como Adda avalia sua entrevista:
_Ah, foi legal, pensa no sujeito lindo que me entrevistou, o nome dele era Adam, mas foi super educado e profissional. _Comenta ela.
_ Mulheres! _ Ironiza Matheus.
_ O que disse? _Indaga Adda.
_ Nada, só estou ansioso para saber se seremos contratados pelo Líder News. _ Disfarça ele.
_ Eu tenho certeza que vou. Esse lugar é meu sonho de trabalho. _ Enfatiza ela.
Imaginando que empolgação de Adda se resuma ao jovem loiro que supostamente a entrevistou, Matheus muda de assunto:
_ Hein, o que acha de almoçarmos juntos para comemorarmos antecipadamente sua futura contratação?
_ Eita, você está mais otimista que eu, heim! _ Se espanta ela.
_Claro! Eu sei do seu potencial! _ Enfatiza ela.
Diante dos elogios de seu amigo, Adda se lembra das últimas refeições nada agradáveis que tem tido na presença de seu pai e então decide aceitar o convite.
Durante o almoço, Matheus faz inúmeros elogios a Adda, que percebe que ele está interessado nela, porém, de forma educada, ela procura deixar bem claro que o vê apenas como um amigo.
Após o almoço, ela agradece a amizade de Matheus e pede para que ele lhe faça um último favor por aquele dia:
_ Você pode passar na livraria comigo comprar um livro sobre romance? _ Pede ela.
_ Claro! _ Responde ele.
No entanto, quando dá por si, Adda se vê na sessão de terror e percebe um exemplar ímpar de um livro intitulado: “Drácula: o guerreiro apaixonado”. Encantada, Adda pega o livro para ler, Matheus faz questão de pagar o livro, mas Adda, com seu orgulho, decide que Matheus já gastou com ela o suficiente por um único dia.
Após o almoço com seu amigo e colega de faculdade, Adda chega em casa e abre o livro para começar a ler.
No entanto, antes de avançar com sua leitura, o telefone toca.
_ Adda, você não vai acreditar! _ Diz a moça ao telefone.
_ Vou! Você e suas sempre vantajosas aventuras e experiências, estou errada Adélia?. _ Diz Adda.
_Ai, amiga, não vou te contar nada! Me conte você! Me diga algo bom! _Diz Adélia.
_ Então, fiz uma entrevista de emprego hoje, acho que serei contratada. _ Comenta ela.
Após a notícia, mesmo por telefone, ela consegue perceber o tom de ironia que Adélia a parabeniza:
_ Que máximo, amiga. Vai poder pagar lanche para nós agora.
_Melhor, vamos festejar hoje! Precisamos ir a um bar e beber todas. _ Sugere Adda.
_ Demorou! Álcool e garotos! Nada melhor do que isso! _ Concorda Adélia.