Jonathan rola em sua cama, de um lado para o outro, sem saber o que fazer.
_Já estou a horas aqui e não consigo dormir. Após o que vi hoje, eu me toquei que já estou neste castelo há um mês e vivo como um presidiário. _ Diz ele, solitário.
Preocupado e tentando se distrair, ele pega uma navalha em sua bolsa e se dirige ao banheiro, onde começa a se barbear.
Quando está prestes a terminar, ele ouve a voz do conde atrás dele, dizendo:
_ Cuidado, o uso de navalhas é sempre perigoso! Não se pode danificar as laterais de nossa face.
Assustado, Jonathan se vira e indaga:
_ Eu deixei a porta fechada, como entrou aqui?
Drácula sorri e responde:
_ Até onde sabemos, eu habito aqui há muito tempo, tenho as chaves e o senhor não chaveou sua porta.
Jonathan fica trêmulo, desde que chegou, as coisas tem mudado e o que parecia ser um comportamento cordial e amistoso, a cada momento vai se tornando um comportamento doentio. Jonathan passa por Drácula e repara que a porta está com o trinco passado, fechada e não há chaves nela.
Com muito medo, ele aponta para a porta e diz:
_ Está vendo, está fechada e não tem chaves.
_ Claro, quando eu entrei, eu fechei. Minhas servas disseram que o senhor não queria ser incomodado por elas e eu não quero vê-lo praticando nada que não seja sua explícita vontade. _ Diz o conde, que em seguida, se dirige a porta e diz: _ Espero que o senhor também não me decepcione não atendendo meus pedidos, estarei a mesa, preparei uma sopa, temos pães, suco e chá para o senhor escolher como jantar comigo. Vou lhe aguardar lá em baixo.
Drácula sai e Jonathan pensa consigo mesmo: “O pior é que ele nunca deixou de ser cortes comigo, o que eu vi hoje? Será que há uma explicação? Será que ele quer me explicar! Vou terminar aqui e descer lá embaixo para ver o que ele tem a me dizer.”
Algum tempo depois, Jonathan desce e se assenta em seu lugar de costume. Drácula coloca a frente dele uma pena com tinta e alguns papeis e lhe diz:
_ Sua noiva e seu chefe podem estar preocupados com você, portanto, eu gostaria que escrevesse a eles dizendo que está gostando do castelo, sendo muito bem tratado e que vai ficar por aqui por pelo menos mais um mês.
Jonathan fecha sua expressão, não consegue omitir seu medo e receio e diz:
_ Desculpa, senhor, mas eu pretendo ir embora amanhã mesmo. Na verdade, estou sem sono e se não for algo que o desagrade, eu pretendo ir após esta refeição.
Drácula se assenta ao lado de Jonathan e diz:
_ O que ocorreu? Minhas servas disseram que se divertiram muito com você esta tarde, que vocês estão se tornando amigos. Elas fizeram algo que desagradou o senhor? Se for isso, as demitirei amanhã mesmo!
_Não! Elas são super amigáveis, eu não sei o que elas falaram, mas o que ocorreu hoje à tarde não se repetirá mais. _ Diz Jonathan.
_ O que ocorreu hoje à tarde? _ Indaga Drácula. Instantaneamente, os gemidos das três jovens lhe proporcionando prazer vem a sua mente e Jonathan quase não consegue ouvir o conde dizendo: _ Como quer que eu as castigue! Tenha certeza que qualquer atitude que elas praticarem que não for do seu agrado, terá severo castigo!
Jonathan se levanta e de costa para Drácula, como normalmente age o próprio Drácula, diz:
_ Não! Elas não fizeram nada, aliás, há uma coisa que está me incomodando, algo que eu vi esta noite. Um bebê foi morto e muitos vibraram. _ Diz Jonathan.
_ Uma bebê! _ Corrige Drácula, que em seguida, diz: _ Meu querido, o senhor me viu vibrar?
_ Não, aliás o senhor até disse que estava consternado com a situação. _ Pontua Jonathan.
_ Exato! Quando eu disse para meus servos, os ciganos ficarem longe do senhor, é porque eles têm costumes distintos da sua cultura e eu, para que eles continuem trabalhando aqui, tenho que respeitar. _ Diz Drácula.
_ Mas que costumes são estes? Matar um bebê! _ Insiste Jonathan.
_ Uma bebê! _ Insiste o conde, em corrigir. _ Meu amigo, os ciganos que me servem têm muitas superstições, uma delas é que eles não podem ter filhas moças, pois estas são alvos do inimigo do cristianismo, o senhor das trevas, para a elas, atribuírem um poder amaldiçoado, que os faria desagradar ao Deus do céu, por isso, eles não permitem que fêmeas vivam. Toda vez que as fêmeas nascem, eles as matam em sua primeira noite de lua cheia e um membro jovem entre eles, come sua carne. _Explica Drácula.
_ É por isso que suas servas não ficam próximas a eles? _ Indaga Harker.
_ Sim! Por isso que eu peço para quem é de cultura diferente não se aproximar deles. _Pontua Drácula.
_ E o senhor é cristão? _ Indaga Jonathan.
_ Não! Mas já fui! _ Responde Drácula.
_ E não é crime matar bebês? _ Questiona Jonathan.
Drácula passa a mão em seu rosto e diz:
_ O senhor acredita que nunca cogitei questionar isso. Amanhã verei como funcionam as leis de nosso país para ciganos. Você sabe que eles têm uma legislação especial que rege sobre eles, não sabe?
_Não sabia. _ Responde Jonathan.
_Bom, agora que está tudo esclarecido, o senhor pode escrever as cartas e satisfazer suas necessidades fisiológicas apreciando o que minhas servas prepararam com muito carinho para o senhor. _ Pede Drácula.
_ Sim! Eu escreverei. _ Diz Jonathan.
Jonathan escreve a carta para seu chefe e em seguida, escreve uma carta para Mina, porém ao escrever para Mina, ele usa a taquigrafia, pensando que o conde poderia não entender o que ali está escrito e assim, escrever uma mensagem especial para Mina.