Quando o pai de Luana chega em casa, percebe sua filha triste e se dirige até ela para indagar o que ocorre:
_ A mamãe fica brigando com a Jéssyka, muitas vezes sem motivo. _ Comenta ela.
_ Como assim, filha? _ Indaga o pai.
_ Ah, ela trata a Jéssyka como empregada e a Jeh faz tudo para agradá-la, mas nunca seu esforço é suficiente. _ Pontua a adolescente.
_ Deixe comigo, vou conversar com a dona Neuza. _ Promete o atencioso pai, que, em seguida, recebe um carinhoso abraço de sua filha.
No entanto, mais tarde, ao procurar sua esposa, a sós, para falar do assunto, o pai da adolescente é confrontado por sua esposa:
_ Você acha que eu não sei? Você não me engana, Felipe! _ Dispara Neuza.
_ Como assim, meu amor? _ Indaga o homem.
_ Você acha que esqueci de seus rolos com a serviçal? Daqui a uns dias, vai querer que eu trate a filha da vagabunda como sua filha? Quanto tempo até exigir que minha filha dívida tudo com “está aí”? _ Dispara a esposa, indignada.
Felipe balança a cabeça e não ousa rebater as palavras de sua esposa, mas brandamente se justifica:
_ Eu estou pedindo apenas para ser mais maleável com a garota, pedido este que é de nossa filha!
As palavras de Felipe irritam Neuza, que se vira de costas para seu esposo, apaga a luz do abajur e dispara:
_ Covarde como sempre! Não tem coragem de assumir suas responsabilidades! Prefere jogar minha filha contra mim do que explicar o óbvio para a criança, pois a filha da serviçal precisa saber o seu lugar!
_ Você está paranoica. _ Insiste Felipe.
_ Paranoica? Se eu não tivesse certeza de que essa vagabundinha fosse sua bastarda, eu acharia que você está afim dela. _ Dispara. Neuza, sem meias-palavras.
_ Que absurdo! Você sabe que eu nunca tive nada com a mãe dela e sim, a trato como uma filha, mas vamos dormir que é melhor. _ Dispara o homem, sem conseguir argumentar com sua esposa.