Sentada em um trono, Isabel observa Cade se aproximar e pergunta:
_ E então? Acalmou a fera?
Cade levanta sua amada, beija sua mão e diz:
_ Ela é só uma serva, ela gosta do lobisomem e a irmã dela vai manter ela sob controle.
Isabel, com uma expressão de desaprovação, indaga:
_ Eu confesso que não sei por que a trouxe?
_ Era uma exigência de Dahlia, e o gesto para selar nossa trégua com a trindade feminina de Westeros. _ Justifica Cade.
_ Você realmente acha que elas podem ser úteis? _ Insiste, Isabel.
_ A Velha, a Donzela e a Mãe são importantes para nossos planos, os deuses de Westeros perderam o controle daquelas terras, em breve faremos uma proposta de união a elas para finalmente conquistarmos o que nos aguarda. _ Finaliza Cade.
Enquanto isso, num recinto do mesmo prédio, Esther arruma suas coisas, quando Ansel abre a porta, adentra o local e justifica:
_ A Dahlia disse que queria falar comigo.
Esther abraça Ansel e pergunta:
Você sabe quem é essa Isabel Bathory? _ Ansel fica em silêncio enquanto Esther confessa: _ Dizem que ela foi a mais cruel imperatriz do leste europeu em todos os tempos, se a gente não se unir e se policiar, viveremos o inferno por aqui. Ansel abraça sua amada e diz:
_ Eu fiz tudo para ficar com você, meu amor, não vai ser uma rainha perversa que impedirá de sermos felizes juntos. _ Dispara Ansel, em seguida, ele beija Esther.
Muito longe do Extra Mundo, o vento corta como uma lâmina através dos densos bosques de Boston, no estado do Massachusetts, carregando consigo o cheiro de terra úmida e folhas apodrecidas.
A lua, quase cheia, derrama sua luz prateada sobre os galhos retorcidos das árvores, criando sombras que parecem dançar em um balé macabro.
Michael avança com passos firmes, suas botas afundando levemente no solo encharcado. Seu casaco preto, gasto pelo tempo, balança ao ritmo de seus movimentos, e seus olhos, frios como gelo, varrem o ambiente com uma intensidade que faria até o mais corajoso dos homens recuar. Ele sente o cheiro de sangue no ar, fresco e metálico, e sabe que está próximo.
Ele segue o rastro, quase invisível para qualquer um que não seja ele, até chegar a uma clareira. Ali, a cena se desdobra como um pesadelo feito realidade. Corpos estão espalhados, dispostos de maneira quase ritualística, formando um círculo imperfeito. Cada um deles está pálido, a vida drenada de seus corpos, e marcas de mordidas cruéis adornam seus pescoços.
Michael se aproxima, seus dedos longos e pálidos tocando levemente o pescoço de uma jovem, cujos olhos continuam abertos, congelados em um olhar de terror. Ele fecha os olhos por um momento, murmurando uma prece silenciosa, antes de se levantar.
_ Klaus! _ Ele sussurra para si, com a voz carregada de uma mistura de raiva e tristeza. _ O que você se tornou?
Então, um som. Quase imperceptível. O farfalhar de folhas secas.
Michael se vira rapidamente, seus sentidos aguçados detectam a presença antes mesmo de vê-la. E então ele aparece, emergindo das sombras como um fantasma.
Michael reconhece o ser, mas percebe que não é Klaus. Kol, seu filho de apenas 15 anos, está com seu cabelo escuro, está desalinhado e seus olhos brilham com uma luz selvagem, quase animal. Ele sorri, revelando dentes afiados manchados de sangue.
_ Papai? Matou a mamãe e agora veio me matar?
_ Seu insolente, eu achei que fosse aquela abominação, fruto da traição de sua mãe. _ Confessa Kol.
_ Não sou, até onde sei, Klaus já embarcou para a Europa.
Irritado, Michael não hesita. Em um movimento rápido demais para ser acompanhado por olhos humanos, ele avança, agarrando Kol pelo pescoço e o arremessando contra uma árvore próxima. O impacto faz a casca da árvore rachar, e Kol solta um grunhido de dor, mas seu sorriso não desaparece.
Kol ri, um som rouco e sem humor.
_ O senhor se tornou cruel e sanguinário, que não poupará ninguém de sua própria família? _ Provoca o garoto.
_ Olha a sua volta? Olhe o que você fez! Se você faz isso, imagina aquela abominação. Eu deveria te matar! _ Confessa Michael.
_ Somos apenas o que o senhor nos transformou! Poderíamos ser apenas bruxos, mas o senhor quis nos tornar vampiros! _ Rebate Kol, que em seguida completa: _ Se eu usasse magia contra o senhor, o senhor sobreviveria? _ Indaga ele, completando a seguir: _ Eu deveria matá-lo! Puni-lo pelo mal que fez à própria família!
Kol levanta as mãos em posição semelhante à de um religioso, quando clama aos céus, mas fica estagnado quando percebe Michael arremessando um objeto contra o vazio e lamentando:
_ Por quê? _ Em seguida, ele completa: _ Eu nunca quis isso! Eu só queria protegê-los! Eu só queria proteger vocês daquelas abominações e proteger o mundo de seres como vocês!
Ao ver a atitude de seu pai, Kol vira suas costas e não diz nada. Michael grita para seu filho:
_ Eu sou quem deveria matá-lo!
Kol sussurra para si, dizendo:
_ Você deveria me matar, mas eu posso te matar e não farei isso porque viver será seu maior castigo!
Nesse ínterim, em Nova Orleans, Elijah abraça sua irmã numa sacada e indaga:
_ Como será que estão nossos irmãos?
Rebekah o abraça e diz:
_ Temo por saber a verdade. Eu imagino Klaus fugitivo e errando na Europa, nosso pai o caçando, Kol, se tornando um adolescente assassino inconsequente e Finn um assassino que mata seres abomináveis, seguindo o legado de nosso pai.
Elijah sorri ironicamente e diz:
_ Eu achei que amasse sua família!
_ Eu os amo, por isso prefiro não ter notícias deles tão logo. _ Confessa a moça.
Elijah beija a testa de sua irmã e diz:
_ Você tem razão, vamos nos concentrar em termos uma vida feliz em Nova Orleans. _ Em seguida, ele coloca seu paletó e diz: _ Me siga, vou te mostrar a fazenda que adquiri do prefeito!
_ Uma fazenda? _ Indaga Rebekah
Assim, os dois irmãos descem da mansão e caminham pela cidade até a zona rural, onde visitam sua nova aquisição.
