Na sexta-feira seguinte, William retorna para o almoço.
Quando ele chega, como de costume, todos se reúnem à mesa para avaliar os progressos.
_ Acho que esta semana foi produtiva, consegui entrar em contato com os proprietários das 49 localizações onde segundo o cristal do conhecimento existem enterros de tesouros aqui na região. 11 deles aceitaram nossa proposta de compra, imediatamente. _ Comenta William
_ Também, estamos oferecendo um valor que é o dobro do preço de tabela. _ Pontua Madm.
_ Como imaginei, tivemos apenas problemas quando fizemos a proposta as terras de Thomas Muller, eu ainda creio que deveríamos ignorar esta proposta. _ Adverte William.
_ É o local onde o portal abriu, eu quero construir algo ali. _ Justifica. Madm.
_ Porém, não vai ser possível, além de não aceitar vender, ele fez inúmeras perguntas sobre vocês e a nossa história de que vocês eram amigos da Let na Inglaterra e perderam seus documentos não convenceu. Creio que ele deva ter achado ainda mais estranho o fato de eu não os ter levado à delegacia e logo na semana seguinte, pedir licença do meu posto de capitão, ganhar na loteria e ainda investir em compras de terrenos e casas. _ Explica William.
_ Isso sem comentar que havíamos num primeiro momento, dito a verdade a ele. _ Acrescenta Amada.
_ Vocês têm razão. _ Concorda Madm.
_ Estamos ricos agora e possivelmente seremos milionários nos próximos dias, se ele começar a observar a gente, ou se tornará nosso amigo, ou será um adversário e adversários poderosos, sempre que possível, devem ser evitados. _ Comenta Amada
_ Esta é minha sábia esposa. _ Comenta Madm.
_ Voltando aos trabalhos, falei com o advogado e já poderemos assinar as escrituras das propriedades entre segunda e quarta-feira que vêm, porque na quinta-feira é quinta-feira santa e aí teremos um feriado prolongado. _ Comenta William.
Madm coça a cabeça e Ângela indaga:
_ Semana santa gente? Relembramos a morte de Jesus e na Páscoa a sua ressurreição. Fazemos chipaguaçu, torta paraguaia, não comemos carne vermelha, vai dizer que isso não está na Bíblia e também é tradição católica?
_ Então! _ Diz Madm, coçando a cabeça e fazendo uma careta. _ Eu acho que eu não falei pra você sobre a Pessach.
_ O que é Pessach? _ Pergunta Let.
_ A palavra hebraica para se referir a festa que conhecemos como páscoa. _ Explica Madm.
_ Vai dizer que a Páscoa também não é de Deus? _ Indaga Let.
_É! Digo! A Páscoa, ou pessach é uma festa bíblica sim, talvez a principal festa, mas a forma como nesta região as pessoas comemoram e a forma como a Igreja Católica Romana ensina a comemorarmos não é a forma mais adequada. _ Comenta Madm.
_ Vai dizer que não é correto comer peixe na sexta-feira santa? _ Indaga William.
_ É! Digo… não é uma orientação bíblica, mas é permitido comer peixe sim. _ Responde Madm.
_ Ufa! Achei que não ia poder comer peixe, fazer chipa e torta paraguaia. _ Comemora Ângela.
Madm faz careta e diz:
_ Então, o peixe pode, a torta paraguaia e a chipa, não.
_ Ham! _ Dizem Ângela e Let, juntas.
_ Como assim? _ Indaga William.
_ A Pessach, ou Páscoa não é uma festa que se remete a ressurreição de Cristo, como ensina a Igreja Católica. Na verdade, a Pessach surgiu muito antes da ressurreição do Masshiach. _ Comenta Madm.
_ A ordem para se celebrar a Pessach vem do tempo de Moshe, que conhecemos como Moisés, e faz alusão a passagem de um espírito enviado por Deus para julgar todos os filhos de Mitzraim que moravam na região que conhecemos como Egito. _ Acrescenta Amada.
_ Durante a tarde anterior a Pessach, Deus ordenou a todos em Mitzraim, ou seja, no Egito, que matassem um cordeiro de um ano, passassem seu sangue nas ombreiras das portas e comessem a carne do cordeiro inteiro, inclusive com as partes não tão gostosas. _ Comenta Madm.
_ Eca! Essas partes são o que eu estou pensando? _ Indaga Let.
_ São! Mas eles não comeram esta parte, eu imagino. _ Pontua Amada.
_ Quem matou o cordeiro, ficou em paz, mas todas as famílias egípcias que não obedeceram a Deus, tiveram seus primogênitos mortos. _ Comenta Madm.
_ Naquela mesma noite, os israelitas saíram do Egito, se livrando da escravidão que durava muito tempo, cumprindo uma promessa de Deus, feita ao patriarca Avraham, 400 anos antes. _ Explica Amada
_ Desde então, Deus ordenou a todos os que lhe são fiéis que celebrassem a Pessach todo dia 14 do primeiro mês, segundo o calendário da Bíblia.
_ O calendário da Bíblia é diferente do calendário católico. Vocês explicaram isso pra nós durante estes dias. _Comenta William.
_Isso! _ Concorda Madm.
_ Esperem aí? Sempre o dia 14 do primeiro mês da Bíblia cai em um domingo? Pergunta Ângela.
_ Não! _ Responde Amada, sorrindo.
_ Então por que a Páscoa é sempre em um domingo? _ Pergunta Ângela.
_ Acho que essa é a novidade. _Comenta William.
_ Exato! A Pessach não cai sempre no primeiro dia da semana, a Pessach cai sempre ao final de 14 de abibe e Deus ordena que em 15 de abibe e 21 de abibe, pontualmente o primeiro e sétimo dia após a tarde da Pessach, os que lhe são fiéis celebrem shabats a Deus. _ Acrescenta Madm.
_ Como no sétimo dia? _ Indaga William.
_ Isso, porém nos shabats de Pessach é permitido o trabalho não serviu, como fazer o próprio alimento. _ Explica Madm.
_ Fala sobre os pães asmos! _ Sugere Amada.
_ O que são pães asmos? _ Pergunta Let.
_ São pães não fermentados. _ Responde Madm. _ Deus pede que entre 15 e 21 de abibe, ou seja, por sete dias, celebremos a ele com pães sem fermento. Ou seja, que não comamos nada fermentado. _ Pontua Madm.
_ Por isso a chipa e a torta não devem ser consumidos. _ Lamenta Ângela.
_ Esperem um pouco, o chocolate que compõe o tradicional ovo de coelho, que as pessoas comem tanto nesta época também é um produto fermentado. _ Pontua Let.
_ Exatamente! Chocolate, queijos, vinagres, bebidas alcoólicas! Deus pediu para evitarmos todo tipo de alimento fermentado durante os sete dias de pães asmos. _ Acrescenta Madm.
_ Mas ainda não ficou claro a respeito da Páscoa sempre cair no domingo, se o tal 14 de abibe nem sempre é domingo, isso não está correto. _ Raciocina William.
_ Exato! A Igreja Católica mudou a data da Pessach para normalmente os católicos a celebrarem no Primeiro domingo após a Pessach. _ Comenta Madm.
_ Outro fato importante é que Yeshua, o verdadeiro Masshiach, não ressuscitou na Pessach, ele morreu em 14 de Abibe, na Pessach e ressuscitou ao terceiro dia. _ Comenta Amada.
_ Ou seja, a Pessach não é a celebração da ressurreição de Yeshua e sim da morte de Yeshua, o verdadeiro cordeiro de Deus. _ Pontua Madm, que acrescenta: _ Este ano, a Pessach ocorrerá ao pôr do sol na próxima segunda-feira, com shabat de primeiro dia de Pessach no terceiro dia da semana e shabat de sétimo dia de Pessach no segundo dia da semana seguinte. _ Acrescenta Madm.
William olha para Ângela e Let e diz:
_ Por mim, não vejo problema em nos prepararmos para celebrar a Pessach e a Festa dos Pães asmos corretamente. O que vocês acham?
_ Só mais uma coisa para nos adaptarmos. _ Comenta Ângela.
_ Uma semana sem meus ovos de chocolate, sem chipa e sem torta paraguaia não era o que eu queria, mas, se é a vontade de Deus… _ Comenta Let.
_ E quanto a carne vermelha? A Igreja Católica diz que na quinta e na sexta-feira santa não devemos comer carne vermelha. O que a Bíblia diz? _ Indaga William.
_ Então, a Bíblia não tem nenhuma proibição neste sentido durante a festa dos pães asmos, carne vermelha não tem fermento. _ Brinca Madm, que conclui. _ Para vocês terem uma ideia, o termo semana santa não está na Bíblia, não há uma exaltação a quinta, a sexta ou ao domingo, somente há a semana de pães sem fermento e os shabat e primeiro e sétimo dia de festa, que não necessariamente caem em quintas, sextas-feiras ou domingo. _ Conclui Madm.
_ A cada dia que vivo, percebo que as igrejas cristãs não ensinam a verdade das Escrituras, não ensinam a palavra de Deus. _ Lamenta William.
_ A própria palavra santa, vende do deus latino Sanctus, e eu em particular, evito utiliza-la, prefiro kadosh, do hebraico, ou separado, do português, ou ainda sagrado, que tem quase o mesmo sentido e conotação dentro do contexto. _ Finaliza Amada.
_Verdade, vocês já haviam comentado sobre isso também! _ Reitera Ângela.