Seis meses depois:
“Meu nome é Bruce Wayne, eu perdi meus pais num assalto quando era criança. Depois disto, fui enviado pelo meu tio para um colégio interno na Inglaterra, onde eu conheci crianças com dramas semelhantes aos meus, entre eles, meu amigo Alexander Luthor, cujo pai aparentemente não lhe dava atenção, o que o levou a odiá-lo.
Recentemente, o assassino dos meus pais foi morto, o que me causou um grande conflito, pois eu queria matá-lo em um primeiro momento, mas num segundo vi que ele era só um fantoche de criminosos maiores.
Foi neste momento que eu passei a viver um dilema na busca por justiça e me observei cego pelo desejo de vingança. Por isso eu tomei uma decisão ímpar com o objetivo de buscar separar as duas coisas para que finalmente possa lutar por justiça.
Eu era muito pequeno quando meus pais morreram, mas eu ainda me lembro das palavras de meu pai, Thomas Wayne, dizendo que cada programa social que ele encabeçava ou apoiava era para atenuar as injustiças promovidas pela sociedade e que nós, sempre fomos favorecidos e talvez, ele não seria uma pessoa tão justa, se as circunstâncias em que foi criado não fossem realmente positivas.
Meu pai pensava assim, eu não! Por isso, para dar uma chance para ver se meu pai tinha razão, eu decidi abandonar tudo, meu nome, minha identidade, minhas riquezas, minha cidade e sai pelo mundo, em busca de recomeçar do zero.
Por isso, hoje estou aqui, em uma prisão asiática, vivendo como um estrangeiro, sendo taxado de criminoso por lutar por comida para sobreviver e sofrendo a rejeição que aqueles que nunca foram abastados sempre tiveram.
Hoje, sou um presidiário sem nome, identificado apenas pelo meu número”.
Preso, Bruce caminha pela fila para receber sua refeição.
_Cuidado 1477, eles vão te atacar de novo. _ Sussurra seu colega, alertando sobre um grupo de criminosos que se organiza ao final da fila.
_ De novo? Todo dia isso? _ Diz Bruce.
De cabeça baixa, Bruce caminha até servir um pouco de sopa com alguns legumes e um pedaço pequeno de carne de frango.
Bruce olha para suas mãos tremendo e para a tigela que ele sabe que não o satisfará. Em seus pensamentos, ele relembra de quando reclamava do alimento do colégio interno ao lado de seu amigo Alexander e também das muitas refeições que não conseguia concluir, preparadas com carinho pelos colaboradores de sua mansão e segura suas lágrimas quando relembra de todo carinho atribuído a ele por Alfred.
“Blang”, faz o barulho da tigela de alumínio, quando esta é derrubada por um homem de 1,9m.
_ Eu estou tremendo de fome e o senhor derrubou o pouco que eu me alimentaria? _ Lamenta Bruce.
_ Você fica enrolando! Tem muita gente querendo comer! Vaza, estrangeiro imbecil!_ Diz o homem.
Bruce caminha, tenta se retirar silenciosamente quando o homem o empurra de maneira que ele cai no chão.
_ Eu avisei. _ Lamenta o colega que o alertou do ataque quando Bruce ainda estava na fila.
Bruce sente tanta fome que pega o pequeno pedaço de tomate cozido na sopa, do chão e come, enquanto o homem insiste em incomodá-lo:
_ Pega toda essa merda de comida e lambe logo! Você está atrapalhando a refeição de todos 1477!
Bruce pega a tigela e tomado pela ira, acerta a cabeça do homem que o provoca. Imediatamente, outros homens atacam Bruce, que debilitado, com fome, se defende dos homens.
Sem vê-los, Bruce relembra de todo treinamento que Alfred o ensinou enquanto adolescente:
Três anos antes:
_Patrão Bruce, eu estive na Guerra. Saiba que nos momentos mais difíceis de nossa vida, nós nunca estaremos com a plenitude de nossas forças. É na dificuldade, na debilidade de nosso potencial que enfrentaremos nossos maiores desafios.
Agora:
Bruce se lembra das palavras de Alfred, de seus ensinos de uma luta israelita ensina por Alfred, o Krav Magah e consegue resistir aos ataques dos sete homens que o atacam, quase que simultaneamente.
Os contragolpes utilizados por Bruce levam os homens a nocaute, o que obriga as autoridades penitenciárias a usar spray de pimenta e imobilizá-lo com seus cacetetes.
_ Para solitária! _ Grita uma autoridade.
_ Eu estou só me defendendo! _ Diz Bruce, desesperado.
_ Precisamos manter a ordem e proteger nossos detentos, garoto! _ Diz outra autoridade.
Bruce é levado para uma cela solitária, onde com fome, sede, olhos debilitados pelo spray de pimenta, percebe-se apenas estar num cubículo de um metro quadrado onde ele pode apenas se escorar na parede.