Após descobrir que possui uma doença grave, o inglês Frank Renfiel, 59 anos, aconselhado por uma bruxa, decidiu buscar a cura em um isolado castelo localizado na Transilvânia.
Em meio a neve comum no inverno, Renfield se aproxima do sombrio castelo, chegando ao mesmo ao pôr do sol. Sem medo, Renfield bate à porta.
Como em primeiro momento ninguém a abre, ele tenta força-la, sem sucesso.
_Droga, só falta não haver ninguém aqui.
Insistentemente, Renfield bate diversas vezes na porta, mas ninguém o recebe.
Após alguns minutos, ele vira de costa para a porta e se assenta, lamentando em seus pensamentos: “Será que meu destino é a morte? Vim de tão longe para morrer a porta da minha salvação?”
Renfield está prestes a chorar, quando ouve uma doce voz feminina:
_ Está frio, moço, o senhor está sozinho? _ O ouvir da voz da jovem para Renfield é como o ouvir da voz de um anjo. Ele imediatamente se levanta e olha para a moça pálida, de cabelos loiros e fica sem saber o que dizer. _ Sou Greta, o senhor fala minha língua? _ Pergunta a mulher em romeno.
_Sim! Quer dizer, não muito bem, mas estudei o necessário para vir para esta terra. _ Responde ele.
Após um doce sorriso, a jovem estica sua mão e diz:
_ Não recebemos muitas visitas, o senhor quer entrar? Está frio, não está?
_ Claro! Claro! _ Responde o homem, que também sorri.
Renfield adentra o castelo acompanhado pela jovem sorridente que parece viver como uma princesa. Cantarolando em alemão, a moça mostra sua linda voz, o que chama atenção do homem, que, porém, decide ser mais direto:
_ A senhorita mora aqui com seu esposo ou com seu pai?
A pergunta de Renfield muda a expressão da jovem que para de cantarolar, sorri e indaga:
_ Quem é o senhor para saber sobre mim?
Percebendo que sua pergunta não foi bem recebida pela moça, Renfield, se desculpa:
_ Perdão, eu apenas utilizei a mesma como pretexto para perguntar do proprietário do lugar.
_ O senhor é comprador? Se for, aviso que este lugar não está à venda. _ Responde a moça.
Antes que Greta prossiga, uma outra voz feminina é ouvida da escada, esta, não tão dócil e não tão simpática.
_ O senhor Renfield é nosso convidado Greta, ele veio nos procurar por um bom motivo, estou errada? _ Diz Morgana.
As palavras da mulher de voz firme chamam a atenção de Renfield, que se surpreende ao observar que a mulher sabe seu nome.
_ Como a senhora sabe meu nome?
_ Senhora? Você chamou Greta de senhorita. Eu sou tão mais velha do que ela? _ Rebate Morgana.
_ Não! Perdão! Sou um forasteiro com modos inadequados, por favor, me perdoem. _ Diz Renfield.
_ Seu romeno é muito ruim moço, você pode falar em inglês! _ Diz outra jovem, esta, de longos cabelos negros, mas pele não menos pálida e branca que as duas outras.
Ela adentra o recinto, advinda de uma outra parte da casa e falando em inglês, com um leve sotaque em francês.
_ Você fala minha língua? _ Indaga Renfield.
_ Todas entendemos e falamos francês, alemão, romeno, inglês e outras línguas, mas preferimos falar em romeno, que é a língua de nosso Lord. _ Responde Louise.
_ Fico feliz por estar entre sábias mulheres, mas já que a senhorita comentou sobre seu Lord, o senhor dos ciganos, proprietário deste lugar, será que eu consigo falar com ele?
_ Difícil! _ Responde Morgana, de forma sucinta e direta.
_ Mas possível! _ Comenta Greta.
_ O que o senhor gostaria de comentar com o nosso Lord, a quem se refere como o senhor dos ciganos? _ Indaga Louise.
_ Seu sotaque, eu percebi, você é francesa! _ Afirma Renfield.
_ Fui descoberta. _ Confessa Louise.
_ Sobre sua indagação, minha vida depende deste encontro com o seu senhor. Ele está no castelo ou está em viagem? _ Indaga Renfield.
A indagação de Renfield provoca uma imensa gargalhada de Morgana, que afirma:
_ O Lord? O Lord nunca viaja!
_ Que ótimo, será que ele pode me atender? _ Pergunta Renfield.
_ Vamos tentar marcar uma audiência, mas como o sol já se pôs, o senhor não aceita levar suas coisas para um de nossos recintos e repousar um pouco? _ Sugere Louise.
_ Claro, claro, será uma honra! _ Concorda Renfield.