Na mesma hospedaria onde poucos meses antes, Frank Renfield se hospedou, agora é Jonathan Harker quem ali se encontra. Ao contrário do altivo e arrogante Renfield, Jonathan é humilde e simples.
_ O senhor tem que ir hoje mesmo? _ Indaga a jovem atendente.
_ Sim. Vim com os recursos contados, estou apenas aguardando o cocheiro do Sr. Tepes chegar. _ Responde Harker.
_ Hoje ainda é noite de lua cheia, amanhã não será mais lua cheia, porque o senhor não aguarda? _ Insiste a jovem.
_ Eu sou cristão anglicano, não sou adepto de superstições, além disto, a lua cheia ilumina o céu durante o verão de tal maneira que o ambiente fica mais iluminado que algumas noites. _ Rebate Harker.
O dono da hospedaria olha para a atendente que entende que não deve insistir. Então ela deixa Harker e logo em seguida, uma senhora, já idosa, se aproxima de Harker e diz:
_ Ouvi o senhor dizer que não é adepto da religião católica, mas o senhor não está na Inglaterra e o local onde o senhor vai é habitado por muitos ciganos, portanto aceite este presente de sua humilde serva.
Após as palavras, a mulher entrega um pequeno crucifixo católico feito de madeira, em forma de t, com a imagem de um homem cabeludo condenado e pregado na estaca cruzada, com a inscrição JCRJ.
_ Ok, vou guardar seu presente como uma relíquia que sempre me fará lembrar deste lugar. _ Diz Harker, que em seguida, guarda o objeto no bolso.
_ Não o coloque no bolso, coloque-o em seu pescoço. _ Insiste a mulher.
_ Será estranho se eu chegar à casa do conde e me apresentar como um anglicano devoto, mas estiver com um crucifixo católico em meu pescoço, não acha? _ Indaga Harker.
_ Se o conde perguntar algo, diga que foi um presente de pessoas queridas da região e que o senhor respeitará os costumes da região enquanto estiver fora pois isso é educação e todo britânico sabe como ninguém o que é respeito e etiqueta. _ Insiste a senhora.
Mal ela termina de falar e o proprietário aparece atrás dela, limpa sua garganta e diz em húngaro:
_ Há um senhor em uma carruagem esperando por Jonathan Harker, eu imagino que seja o senhor.
_ Sim! Obrigado, já estou partindo. _ Diz Jonathan, que constrangido pela mulher, coloca em seu pescoço o presente que acabara de ganhar.
Enquanto isso, em seu castelo, Drácula reúne suas três principais servas vampiras e diz:
_ Está tudo certo para esta noite?
_ Sim, senhor! Os lobisomens que se transformam ao contemplar a lua cheia estão no porão, os outros ciganos foram liberados para caçar durante a noite e nós, como o senhor disse, ficaremos em nossos aposentos. _ Responde Louise.
_ Eu não quero vocês se aproximando deste jovem, Renfield me disse que ele é um homem íntegro e honesto, foi escolhido pelo próprio Renfield para ser enviado por Howkins e, por tanto é um homem honrado que certamente nos auxiliará muito em minha reintegração ao mundo, nas belas ilhas britânicas. _ Diz Drácula.
_ Homem honrado? Justo? Esse tipo de ser humano não existe! _ Rebate Morgana.
_ Se ele é integro e justo, eu acabo sentindo mais desejo em conhecê-lo. _ Pontua Greta.
_ Se conhecê-lo, perceberá que o mestre está equivocado. _ Insiste Morgana.
_ Está me questionando, Morgana? _ Indaga Drácula.
Antes de Morgana dizer algo, Louise antecipa:
_ Perdoe-as, Lord, Morgana e Greta sabem que a nós, cabe apenas a obediência e não somos ninguém para questionar suas decisões.
_ Obrigado Louise, mas vocês sabem que eu as tenho em muita estima e eu prometo, Morgana, que se estiver equivocado, permitirei que se divirtam com ele. _ Promete Drácula.
_ Droga! Ai eu não quero! _ Diz Greta, que faz um biquinho e expressa tristeza, em seguida, conclui: _ Eu só queria encontrar um homem legal e justo para eu amar.
_ O jovem que chegará a nós, em instantes, é noivo, querida Greta, e se for justo, não traíra sua noiva, portanto, eu lamento desapontá-la. _ Conclui Drácula.