Vestida com roupas sensuais, Dina Drake usa sua linda voz para entoar uma linda canção em uma pub que agora virou seu refúgio pessoal, após os acontecimentos envolvendo seu então namorado e sua irmã.
Enquanto canta, Dina viaja em seus pensamentos e lágrimas passam pelo seu rosto deixando o público em dúvida se tal emoção se dá em função da vivência da letra da canção ou de memórias que a levam a meditar sobre a tragédia que atingiu sua vida há um mês.
Enquanto canta, Dina vê seu amigo Tommy, com olhos visivelmente apaixonados, a levando a indagar em seus pensamentos se tal olhar se dá em virtude de uma atração, ou uma espécie de admiração por seu trabalho e talento. Em contrapartida, a talentosa jovem é traída por seus pensamentos que a levam a meditar: “Que olhar Tommy? Você é só um amigo, mas também era o melhor amigo de Oliver. Ceder a este olhar e corresponder ao seu visível desejo por mim seria a vingança perfeita para praticar contra o Ollie.”
Tais pensamentos são substituídos quando seu rosto se vira, durante a interpretação da bela canção que entoa, e contempla os olhos vermelhos de seu pai, alcoolizado, destruído, após tudo que ocorreu.
“Quando ele vai superar a morte da Sara. Quando ele vai ver que a minha irmã não volta, mas eu estou aqui, sofrendo, precisando dele. No entanto, ele segue ali, se embriagando.”
Enquanto medita, a música acaba e os aplausos são contundentes. Quentin se levanta e aplaude de pé, visivelmente alcoolizado, ele grita:
_ Bravo! Esta é minha filha! Esta é a aminha bela Dina!
Tommy vê a atitude do homem e repete seu ato, gritando de pés:
_ Talentosíssima! A melhor!
Incentivados pelos dois, outros que até então apreciam a música assentados, se levantam e aplaudem Dina.
Discretamente, ela desce do palco e caminha até a mesa de seu pai, que solitariamente tenta a abraçar, mas acaba esbarrando em um litro de whisky, e precisando se apoiar nela.
_ Olha seu estado, vá para casa! O senhor vai estragar minha apresentação. _ Sussurra ela.
Sem discrição, Quentin diz em voz alta:
_ Olha só! Minha filha que me amava morreu, e você me despreza, demonstrando todo seu amor por aquele playboy maldito que matou minha filha.
Dina insiste e sussurra tentando manter a discrição:
_ Pai, por favor, o senhor está se expondo ao ridículo. O senhor é um policial renomado, este lugar é frequentado por aqueles que o temem e o respeitam. Por favor, não envergonhe seu nome à frente de seus inimigos.
Percebendo a situação desconfortável, Tommy se aproxima dos dois.
_ Sr. Drake, sua filha tem razão, o senhor é um homem honrado e reconhecido em toda a cidade. É melhor ir embora.
As palavras de Tommy revoltam Quentin que se levanta, aponta o dedo no rosto de Tommy e dispara:
_ Seu playboy imbecil! Quem é você para me dizer algo? Você é igual a ele. Se Dina te der uma chance, certamente o imitará!
_ Papai, para! _ Pede Dina, mantendo a compostura e falando em voz baixa.
_ Deixa Dina, ele não está bem e o que ele sofreu lhe dá o direito de desconfiar de todos. _ Pontua Tommy.
_ Não, Tommy, você não merece ouvir mais desaforos. Você perdeu um amigo, seu amigo cometeu erros, mas você não tem culpa do que Ollie fez. _ Defende Dina.
As palavras de Dina irritam ainda mais Quetin que pega seu copo de Whisky e lança contra o chão.
_ Como você pode o defender ainda? Você não percebe que ele matou sua irmã?
Dina não consegue segurar o choro, Tommy percebe a tristeza da garota e a abraça, dizendo:
_ Você já sofreu muito no último mês, não precisa continuar passando por isso.
Dina o abraça e diz:
_ E o que eu faço?
_Vamos sair daqui! _ Sugere Tommy.
Os dois deixam o local, sendo observado por todos os presentes, Quentin, irritado dispara:
_ Alguém perdeu alguma coisa aqui? Eu vou pagar o copo! Divirtam-se, não foi para isso que vieram?
Algum tempo depois, longe da casa de eventos, novamente no porto, à beira da praia, Tommy lamenta:
_ Desculpa, eu acho que este não é o melhor lugar para você tentar esquecer tudo, afinal, foi aqui que viu ele pela última vez.
Dina sorri, olha nos olhos de seu amigo e diz:
_ Você é um fofo, mas se for por isso, eu o verei e lembrarei dele e de minha irmã, onde quer que eu for. Acho que nunca vou esquecê-lo.
Tommy a abraça e após alguns soluços, Dina volta a encarar seus antes, de beija-lo.
Tommy não hesita e também a beija.