No dia seguinte, Van Helsing retorna a casa e Lucy e surpreendentemente, a moça o recebe com sorrisos e o chama para o quarto, onde realizam o tratamento. Temeroso, Van Helsing pergunta se a moça quer ele feche a porta.
_ Pode fechar, doutor.
Van Helsing caminha até a janela fechada e a abre, então pergunta:
_ A senhorita está bem? Como passou de ontem para hoje?
_ O senhor quer saber? Por que não viola a minha mente, pensamentos e memórias como fez ontem com seus conhecimentos sobre ocultismo e artes demoníacas? _ Provoca ela
Van Helsing sorri e diz:
_ Por um momento eu acreditei que você havia sido liberta. É bom tê-la de volta Lucy Westenra.
_ Eu não vou mentir ao senhor, até porque não sei se consigo, mas saiba que após suas mentiras, as quais enganou minha mãe, eu não vou conseguir parar meu tratamento, mas na primeira oportunidade, farei o senhor se arrepender disto. _ Promete ela.
_ Eu só quero o seu bem, Lucy, você não tem ideia da maldição que este tal Drácula pode trazer para você. _ Adverte o parapsicólogo.
_ Ele não violou minha mente sem minha permissão, ele não me obrigou a fazer coisas que eu não quero. Ele não me obrigou a deixar meu quarto com cheiro podre. _ Ironiza Lucy, de forma retórica.
_ Talvez você não conheça a história do Drácula, garota, ele ainda quando humano, surtou e matou mais de cinco mil pobres inocentes. Ele, enquanto humano, transpassou um pobre padre, sacerdote de sua congregação apenas para insinuar que Deus não era capaz de proteger as pessoas. _Insiste Van Helsing.
_ Ele, enquanto vampiro, me respeitou, não me mentiu e inclusive advertiu sobre os riscos de estar perto dele. _ Pontua Lucy.
_ Ele fez isso? _ Indaga Van Helsing.
_ Sim, diferentemente do senhor, que me usou para… _ Lucy não consegue terminar, mas seus olhos exalam a raiva que sente de Van Helsing, que a interrompe:
_ Para tratar de sua anemia e tentar te livrar de uma servidão eterna a um ser que é como um demônio. Insistir no que você deseja só a levará a uma eternidade de dor e tormento. _ Pontua Van Helsing.
Ok, doutor, mas o senhor sabe que o senhor não pode evitar o que é meu desejo. O senhor sabe que eu continuarei o meu “tratamento”, mas darei um jeito de impedir o seu êxito. Promete Lucy.
_ Você é muito sábia Lucy, eu prometo não mais mentir para você, mas quanto ao meu “êxito”, minha derrota significa a sua derrota. Eu estou ao seu lado. _ Conclui Van Helsing.
Lucy se cansa do debate interminável com o psiquiatra e ordena:
_ Chega disso! Vamos logo! Vai me hipnotizar hoje ou vai colocar verbena em meu organismo sem meu consentimento?
_ Hoje, vou só conversar contigo e tentar te mostrar que apesar de Drácula parecer sincero, ele a está enganando! _ Finaliza Van Helsing.