Com um olhar sorridente, Mina retorna a Mansão Westenra, Lucy percebe o brilho do olhar de sua amiga e a sós, em seu quarto a provoca:
_ Como eu gostaria de amar a arte de tal forma que após passar um dia no museu, pudesse estar com um olhar tão feliz, como você está.
Mina sorri, pega nas mãos de sua amiga e diz:
_ Você tem razão!
Sem entender, Lucy ironiza:
_ Ual, quanta modéstia, desculpa se eu não sou a garota perfeita como você!
_ Para de ser boba! Eu quero dizer que você sempre teve razão, é ótimo ser cortejada! _ Reconhece Mina.
_ Do que você está falando? _ Indaga Lucy, sem compreender as palavras de sua amiga.
_ Seward, Morris, apesar você estar noiva de Arthur, é muito bom ser cortejada. _ Reconhece Mina.
Lucy sorri, olha fundo nos olhos de Mina e pergunta:
_ O que ocorreu neste museu? Me conta?
_ Não foi só no museu, foi quando sai com Quincey para ir ao porto de Brighton… _ As palavras de Mina são interrompidas por Lucy, que imediatamente larga suas mãos, fecha sua expressão e indaga:
_ Você e Quincey?
_ Não! Jamais! Na verdade, eu conheci um homem, um jovem, bem, eu não sei a idade dele, mas ele é jovem, mas não tão imaturo, ele é um príncipe! _ Diz ela, sem saber exatamente como descrever o Príncipe Alucard, que na verdade se trata de Drácula, o vampiro que enquanto humano foi príncipe e rei na região do leste Europeu, Mina conta detalhadamente cada momento que passou com o ser que acabou de conhecer.
Lucy empolga-se com a felicidade da amiga e ao final, se envaidece:
_ Que bom que você me deu razão, boa sorte com seu príncipe!
_ Bom, aí é que está, eu não sei se o verei e quando o verei, afinal, eu estive tão impressionada com ele que passei o dia e nada perguntei sobre ele. Não sei nem se o verei novamente, mas confesso que ainda que tenha vivido somente este dia em sua companhia, foi incrível e eu jamais esquecerei. _ Confessa a jovem Monroe.
Algum tempo depois, quando a lua cheia atinge o topo do céu, Lucy deixa sua casa conforme é seu costume, sonambula. Após um dia atípico e emocionante, Mina adormece como uma princesa, assim como a Sra. Westenra, que ronca alto em seu quarto.
Sem nenhum tipo de pudor, Drácula se aproveita da doença de Lucy e a puxa para um lugar escuro, onde se alimenta dela.
Ao se alimentar da jovem, ele novamente tem acesso as suas memórias e sentimentos, toma ciência das palavras de Mina e se emociona ao perceber que provocou grande alegria em Mina e também Lucy.
A emoção toma conta de Drácula de tal forma que Lucy acorda em seu braço, logo que ele retira seus dentes da moça.
_ O que é você e o que está fazendo? _ Indaga ela, assustada.
Para que ela não se machuque, Drácula a puxa e hipnotiza dizendo:
_ Não faça nada, vou te curar primeiro! _Com seus dentes, Drácula corta sua mão e passa seu sangue sobre o pescoço de Lucy que percebe que sua dor some e seu pescoço se cura.
Quando passa a mão em seu pescoço, ela percebe que apenas dois pequeninos buracos permaneceram. Lucy vê sua mão ainda com um pouco de sangue, mas se surpreende ao perceber que as mãos de Drácula, que sangraram e cujo sangue a curou, estão intactas, sem nenhum machucado.
_ Você se curou e me curou? _ Indaga ela.
_ Era o mínimo que poderia fazer pelo mal que te proporcionei. Não é meu desejo machucá-la! _ Confessa Drácula.
Ao invés de ter medo do ser que dela tirou sangue, Lucy, com um pouco de sangue nas mãos passa a mão no rosto de Drácula, que não se contém e lambe a mão dela.
Por um momento, Lucy sente-se como se estivesse a frente de um cão feroz, domado por sua senhora, então, ela indaga:
_ Você sabe que possuo outra doença, você pode me curar dela?
_ Há doenças e males piores que o sonambulismo, mas eu lamento te informar que este é um distúrbio mental e doenças advindas da mente, eu não sou capaz de curar, na verdade, eu só posso piorar o seu mal. _ Confessa Drácula.
_ Quem o ouve dizer isso, imagina que você é um monstro! _ Pontua Lucy.
_ Eu sou! E se você tiver um pouco de bom senso, retornará para sua casa agora e não comentará com ninguém nada do que vivenciou. _ Sugere Drácula.
_ Se você fosse um monstro, jamais me daria um bom conselho, e se for um monstro, é o mais belo dos monstros que eu já vi!
Lucy diz estas palavras e em seguida se aproxima lentamente de Drácula, o beijando.
Ao sentir os lábios de Lucy, Drácula imediatamente se lembra do doce e apaixonado beijo de Elisabeth, sua única esposa e levado por um momento de pouca lucidez, corresponde o beijo da moça.
Após o saboroso beijo, Drácula deixa-se dominar por um sentimento de nostalgia e saudosismo e sem ter noção real da realidade do momento em que vive, dispara:
_ Eu te amo, Lisa!
Após as palavras de Drácula, Lucy lhe empurra e diz:
_ Lisa? Eu sou Lucy? Eu aceito beijar um monstro que surge no meio da noite, mas não aceito ser trocada!
Após estas palavras, Lucy corre para dentro de casa, Drácula, perplexo, não consegue ir até ela, não a hipnotizando e não apagando suas memórias.
Lucy adentra a porta correndo e com o som do bater da porta acorda sua mãe, que em apenas poucos segundos a encontra:
_ Lucy? Está tudo bem? _ Indaga ela.
_Sim! Está, eu só fui tomar um ar lá fora. _ Responde Lucy.
Ao aproximar-se de sua filha, a Sra. Westenra percebe uma pequena mancha vermelha na borda esquerda do vestido de sua filha e diz:
_ Você está sangrando? O que foi?
_ Me cortei com o espinho da árvore, mas não foi nada, veja, é só uma pequena marquinha. _ Diz ela, mostrando seu pescoço e os dois pequenos furos para sua mãe.
Mina, acordada pelo barulho, assiste a cena, mas não diz nada, confusa pelo fato da desculpa de Lucy aparentemente não fazer sentido.
_Ok! Então, voltemos a dormir! _ Ordena a Sra. Westenra.