Lucy percebe que Mina se arruma de forma incomum e não resiste a perguntar:
_ O que faz minha melhor amiga se arrumar deste jeito minutos antes da chegada do belo doutor que vem cuidar de mim?
Mina sorri e diz:
_ Por mais que eu lhe diga, você não cansa de fazer insinuações sem sentido, não é mesmo, minha amiga sonâmbula?!
_ Ain, magoou! _ Brinca Lucy, fazendo biquinho.
_ Vou aproveitar que suas sessões são obrigatoriamente solitárias com o doutor Seward e vou distrair minha mente. Vou ao museu ver se encontro algo para me distrair. _ Explica Mina.
_ Entendi, já estava esquecendo de sua paixão pela cultura antiga. _ Brinca Lucy.
Algum tempo depois, o cocheiro dos Westenra deixa Mina no museu de Londres, onde ela pretende passar o dia para diminuir a ansiedade e preocupação com Jonathan, além das dúvidas sobre as doenças de Lucy e Renfield.
Ao observar um jarro de barro antigo, Mina é surpreendida pelo cavalheiro que com ela esteve no porto de Brighton.
Drácula, agora jovem e robusto, muito diferente do aspecto velho e deprimente ao qual se apresentou a Jonathan em seu castelo, sorri com os braços para trás, dizendo:
_ Estou tentando compreender se a paixão pelo jornalismo tem relação com a apreciação da arte.
Mina reconhece a voz do homem imediatamente, se vira e ao contemplar seu rosto e seu aspecto polido, percebe seu coração acelerar e diz:
_ O senhor? O que faz aqui?
_ Eu diria que está me seguindo, mas talvez seja uma simples coincidência ou até mesmo uma ação do destino. _ Brinca o homem, virando-se como quem caminha para outra direção.
Mina percebe que ele não continuará em sua presença e se apressa a segui-lo, dizendo:
_ O senhor sumiu da cafeteria, ia lhe apresentar meu amigo, nem nos despedimos.
Ao ouvir as palavras de Mina, o homem para, vira-se e diz:
_ Eu a avisei que ia à toalete, paguei a conta e quando retornei, a atendente disse que a senhorita já havia deixado o recinto com seu amigo.
_ O senhor estava no banheiro? _ Diz ela, que em seguida, sorri e se corrige: _ Digo, toalete! Perdão, a moça não soube explicar onde o senhor estava. _ Justifica Mina, que em seguida prossegue: _E eu não estou lhe seguindo, mas o seguiria para lhe exigir que na próxima vez que me pagar um café, despeça-se, pois é muita falta de educação o que o senhor fez.
O homem se curva, pega a mão de Mina e a beija, dizendo:
_ Quem precisa se desculpar sou eu, afinal, péssima foi a hora que escolhi para fazer minhas necessidades, mas se meus maus modos puderem ser perdoados, me proporia uma nova refeição e uma agradável conversa sobre artes.
Mina olha o relógio principal da parede do museu e diz:
_ Refeição? Está perfeito, mas primeiro quero que me mostre seu conhecimento sobre a arte. Afinal, vim aqui para me distrair e confesso que conheço muito pouco sobre tudo.
_ Meus conhecimentos são limitados, mas podemos aprender juntos. _ Pontua Drácula.
_ Ok, que tal o senhor começar me auxiliando a aprender o seu nome? _ Indaga Mina.
O homem que é Drácula, quase irreconhecível para quem o viu há alguns dias atrás, pois está jovem e robusto, decide não usar seu nome verdadeiro, mas decide se identificar de uma forma que possa ser identificado de forma indireta.
_ Perdão! Como eu pude agir assim! Meu nome é Alucard, sou um príncipe no oriente e vim para Inglaterra para tentar viver alguns dias como um cidadão de vida privada.
As palavras de Drácula emudecem Mina, que gaguejando indaga:
_ Prin…prin.. Principe, mesmo? O senhor não está usando uma figura de linguagem?
Drácula puxa Mina pelo braço e ao entrelaçar seu braço ao dela, diz:
_Esqueça o que eu disse, finja que não ouviu nada, afinal, aqui eu sou apenas um cidadão de vida privada. _ Em seguida, ele olha em seus olhos e diz:_ Apenas aceite o fato de eu ser um príncipe e não me faça mais perguntas sobre isso.
Mina se sente intrigada, curiosa, mas incapaz de emitir uma palavra para perguntar sobre o principado de Drácula. As próximas horas são ocupadas por muitas risadas, alegria, compartilhamento de conhecimento que tornam o dia divertido. Tão divertido que leva Mina a esquecer-se de sua aflição pela ausência de notícias em favor de Jonathan Harker durante aquelas horas.