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Dream Life in Paris

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3. O café da manhã

3.1. Despertar.

O amanhecer se derrama sobre Ponta Porã em tons de ouro e rosado, tingindo a janela com uma luz suave. O ar está fresco, carregado do cheiro úmido da terra que desperta. As primeiras cigarras arriscam notas tímidas, e um galo distante marca o início do dia com autoridade.

Deitada ao lado de MadmAmada observa o rosto tranquilo de seu esposo, agora rejuvenescido — a expressão serena, a respiração calma, a paz estampada em cada traço que o tempo devolve.

Ela o toca no ombro, com leveza e voz macia, porém ansiosa:

— Amor! Amor!

Madm pisca algumas vezes, despertando devagar, como quem retorna de um lugar distante e doce. O corpo se espreguiça, e ele leva a mão ao peito, sentindo-se vivo e leve de um jeito esquecido.

Com um sorriso meio infantil, meio extasiado, murmura:

— Você não vai acreditar, eu tive um sonho muito top.

Amada se inclina sobre ele, o rosto curioso e suave, um brilho íntimo nos olhos:

— Que sonho?

Madm se ergue, apoiando-se no cotovelo, o riso cresce em rosto, como quem segura dentro de si um segredo poderoso e feliz:

— Sonhei que íamos para uma realidade distinta depois da volta de Yeshua…

As palavras pairam no ar. O silêncio entre os dois carrega reverência, espanto… e reconhecimento.

Amada sorri de leve, afastando um fio de cabelo da testa dele com o dorso dos dedos:

— Não foi sonho, e seu rosto já voltou ao normal.

Ele arregala os olhos, o coração acelera. De um salto, quase tropeçando nas próprias pernas, corre até o espelho de moldura simples. Passa a mão no próprio rosto, sentindo a pele lisa, e sorri como um menino diante de um milagre fresco:

— Normal? Claro que não, eu estou muito mais jovem!

Amada se aproxima devagar, apoiando-se ao lado dele, e o reflexo mostra dois rostos acendendo de alegria renovada.

— Viu que não foi um sonho.

Ele se vira para ela, emocionado demais para conter as palavras. Toma-a nos braços, com um aperto cheio de gratidão, esperança e amor que atravessa eras:

— Estou muito feliz de ver seu rosto jovem e lindo de novo.

Ela sorri contra o peito dele, com carinho que atravessa tempo e realidade:

— Eu também! Apesar de que eu nunca deixei de gostar das suas rugas.

Eles riem juntos — um riso que cura memórias antigas.
Descem as escadas de madeira, cada passo ecoa leve; o corpo deles parece aprender a ser jovem novamente. Na porta do térreo, antes de entrarem na sala, Madm puxa Amada pela mão para um instante de cumplicidade silenciosa — como quem agradece ao Altíssimo, sem precisar falar.

Lá embaixo, o aroma de pão fresco, café passado e manteiga na chapa se espalha pela casa. A madeira da cozinha range, viva. O lar respira, e eles respiram com ele — prontos para entrar no mundo novamente.

3.2 Debate à mesa.

A sala de refeições pulsa com vida. A mesa longa está repleta: pão caseiro, frutas frescas, leite quente, café forte, queijo branco. A luz da manhã atravessa a janela de madeira, enquanto o cheiro de fogão a lenha abraça o ambiente.

Bebeto balança as pernas no banco alto, mordendo um pedaço de mamão com entusiasmo. Seu olhar corre por tudo — cada detalhe é novidade, cada gesto humano é matéria de descoberta.

Ao redor dele, o grupo conversa com simplicidade, porém com reverência ao instante.

Nokram se inclina um pouco sobre a mesa, as mãos unidas, voz pausada e segura:

— Assim, Deus estabelece a shabat, uma parada no sétimo dia, pois para sua criação neste dia.

Ele fala como quem ensina algo eterno, não uma opinião — e isso se sente no ar.

Madm e Amada chegam à mesa, cumprimentando a todos com um “bom dia” sereno. As pessoas respondem meio tímidas, meio fascinadas. O brilho nos rostos desapareceu, mas o mistério não.

Faustão, já com sua Bíblia em mãos, afirma com convicção, levantando levemente o queixo:

— Mas isso é no Velho Testamento. No Novo, Jesus trabalha no sábado, ou shabat como vocês dizem, e confronta os religiosos.

Há firmeza na voz, mas também certa insegurança que transparece quando ele muda o peso de uma perna para outra.

Nokram responde sem erguer o tom, apenas inclinando ligeiramente a cabeça, como quem conduz pacientemente:

— Verdade. Yeshua cura na shabat. Mas não para quebrar a lei. Ele mostra que a shabat é para um dia de se fazer o bem. A Torá — Lei de Deus — é eterna. O Mashiach não a anula, ele a cumpre perfeitamente.

Faustão franze a testa e segura a Bíblia com mais força, como quem protege uma convicção:

— Mas a Igreja ensina que o domingo é o dia do Senhor. O Novo Shabat.

Healer, preciso, direto, sem hesitar:

— A Igreja Católica muda isso. Mas a Escritura não muda. A shabat é o sétimo dia. Sempre foi.

Sua fala não tem agressividade, apenas exatidão.

Kilba, cortando um pedaço de pão, observa com olhos curiosos, fascinados:

— E vocês… vocês vivem isso mesmo?

Os olhos de Menslike brilham. Ele sorri com sutileza e interesse — e talvez com um charme natural.

— Vivemos. A Bíblia nos ensina a guardar a shabat como sinal de lealdade ao Eterno.

Aparício, encostado no batente da porta com os braços cruzados, resmunga, zombeteiro:

— Religião é tudo igual. Conversa para controlar gente.

Faustão reage imediatamente, inflando o peito, como um soldado da fé:

— Não é controle. É a verdade! Jesus ressuscita no domingo, por isso celebramos no domingo!

Nokram, com voz firme e postura tranquila, rebate:

— Yeshua ressuscita, sim. Mas isso não muda o mandamento do Pai. A shabat é separada antes mesmo do pecado. É aliança eterna.

Governanta, enxugando as mãos no avental, entra na conversa curiosamente:

— Mas o sétimo dia não é o domingo?

Luk, calmo como sempre, olhando para ela com respeito:

— Não, senhora. O sétimo dia é o sábado. Domingo é o primeiro dia da semana. Ser fiel a isso vai além de religião — é obedecer ao Criador.

Healer completa com precisão cirúrgica:

— A Bíblia deixa claro: a noite e a manhã formam o dia. A shabat começa no pôr do sol de sexta e termina no pôr do sol do sábado.

Kilba franze o cenho, surpresa sincera:

— Eu sempre achei que o dia começava quando o sol nasce…

Duck, mastigando devagar, bate levemente o garfo no prato:

— Independente do que digam, o dia começa quando o sol nasce!

Há risos leves. Não de zombaria — mas de espanto pela diversidade de crenças.

Kilba, curiosa, agora com um sanduíche de presunto na mão, pergunta:

— Vocês também não comem carne de porco, né?

Nokram, direto:

— Não. Alguns animais não são considerados alimento.

Menslike, com olhar suave para ela:

— E podemos te ensinar, se você quiser.

Healer ergue a sobrancelha, firme:

— Com calma, meu sobrinho. Primeiro, ela precisa desejar compreender a vontade do Eterno — não agradar a nós.

Faustão protesta de novo — a paixão por sua religião tensiona o peito.

— Mas Jesus nos libertou de todo jugo da lei!

Luk respira fundo, voz serena:

— Liberdade não é licença pra desobedecer. A Torá é perfeita. Ele cumpre — Ele não revoga.

Bebeto, sorrindo, erguendo o pão:

— Shabat é legal!

A mesa explode em riso — mesmo os desconfortáveis relaxam por um instante.
O mundo é novo, mas o humor ainda é verdade.

A conversa flui e Kilba retorna a um assunto pautado antes de Madm chegar.

— Então, para vocês, hoje é o segundo dia do ano?

Nokram reitera:

— Sim. Nas escrituras, mais precisamente no livro conhecido como Êxodo, o Criador estabeleceu um calendário. Os meses começam com a lua nova, e cada início é tempo de celebrarmos ao verdadeiro Deus.

Madm, entrando na conversa, indaga:

— Que dia é hoje?

Duck responde:

— Quarta-feira, 27 de março de 1963.

Nokram traduz:

— Ou seja, pelo calendário da Bíblia, 2º dia do primeiro mês do ano.

A governanta, confusa, indaga:

— E vocês queriam saber que dia da semana era ontem para localizar o sétimo dia?

— Isso! — confirma Nokram, sorrindo.

Enquanto o café da manhã prossegue, e todosdialogam sobre diversos assuntos, confrontando seus conceitos religiosos eculturais.

3.3. Conflito indigesto.

O clima muda. Algo na atmosfera da sala se recolhe — como se uma sombra de tensão deslizando pela madeira e pelo ar quente avisasse que o momento lúdico terminou.

Lá fora, passos pesam no assoalho da varanda.
Sussurros. Respirações contidas.

Aparício se inclina para fora da porta, passando a mão no bigode, preocupado — a postura de alguém que vê um temporal se aproximando e não sabe se corre ou encara:

— Acho que eles são golpistas… o brilho sumiu. — Sua voz sai baixa, tensa, mas o suficiente para ecoar no ambiente emocional.

A figura de Thomaz Muller surge no batente da porta. O silêncio cai como uma lâmina.
Ele entra com os ombros largos firmes, a autoridade natural de quem manda naquele pedaço de terra desde antes de muitos ali nascerem.

Ele observa o grupo com olhos semicerrados — o olhar de um homem acostumado a medir homens, bois e perigos na mesma régua.

Faustão encara Madm com firmeza renovada. A sala inteira prende a respiração. O debate teológico que antes era mesa… agora vira fronteira.

A voz do pastor surge primeiro, quase como quem busca reforço:

— Jesus é Deus! Ele ressuscitou no domingo, isso muda tudo.

Madm respira fundo, não para responder com raiva, mas para domar o peso da verdade dentro de si. A postura dele permanece tranquila. A paz não é passividade — é autoridade calma.

Ele responde com serenidade que corta como lâmina limpa:

— O Mashiach ressuscita, sim. Mas o Altíssimo não muda. Sua lei é eterna.

O ar parece vibrar diante da resposta.

Thomaz estreita os olhos e questiona.

— Então vocês também não creem que Jesus é o Deus Filho?

Madm, com calma, responde:

— Só existe um Deus. Yeshua, o Mashiach, é o ungido para ser rei, o filho de Deus, não um deus filho.

Thomaz Muller, interrompendo com indignação, grita:

— Isso é uma heresia! A Santa e Madre Igreja nos ensina desde sempre que Deus é uma trindade — Pai, Filho e Espírito Santo. Como ousam comentar blasfêmias com meus funcionários?

Os colaboradores da fazenda se calam, levantando-se para retornar aos afazeres, exceto Kilba, que permanece com olhos fixos no grupo, em especial, em Menslike. Amada olha para Madm, que não se cala:

— Felizmente, pudemos ver o Mashiach de perto. Não somos nós, aptos para falar sobre o Deus Criador e o Mashiach que para cá nos enviou?

Thomaz se assenta à mesa, a voz firme:

— Talvez, mas vivemos uma fé católica, e vocês são estranhos. Criticar nossa Igreja em minha propriedade é uma ofensa para mim.

— Não quis criticar sua igreja, apenas pontuei as discrepâncias entre os ensinos da Igreja Católica e a verdade das escrituras. — Rebate Madm, mantendo a compostura.

Thomaz, irritado, pergunta:

— Escutem aqui: vocês foram bem recebidos?

— Fomos! — responde Madm.

— Falta algo a vocês? — insiste o fazendeiro.

— Não! — diz Madm, firme.

— Então, custa respeitar minha propriedade e atender meu pedido? — Indaga Thomaz, os olhos duros.

Percebendo a tensão, Amada antecipa com diplomacia:

— Queremos agradecer à hospitalidade e pedir, se algum dos seus colaboradores pode nos levar para a cidade.

Thomaz cruza os braços. O lenço ainda está no bolso, resquício do milagre que quase o cegou no dia anterior.

— E agora querem ir pra cidade?

Madm:

— Sim. Precisamos entender esta realidade.

Thomaz o interrompe, direto:

— E o povo da cidade vai olhar pra vocês… e acreditar? Vão achar que são profetas? Ou charlatões?

Healer, ponderado, entra com voz baixa mas firme:

— Temos que nos apresentar de forma correta. Faz parte da missão.

Menslike ajeita a roupa simples, encarando um ponto no horizonte — já antecipando o mundo e suas estruturas humanas.

Nokram permanece sereno, mãos cruzadas sobre a mesa, expressão de quem sabe que confronto espiritual sempre chega cedo demais para quem serve ao Altíssimo.

Luk apenas observa Thomaz diretamente, sem medo, ombros firmes — guardião silencioso.

E então Thomaz decide. A voz sai como sentença:

— Vou mandar um dos meus homens levar vocês à cidade.
E vão ficar numa das minhas casas até se ajeitarem.

— Enquanto estiverem sob meu teto… ninguém encostará um dedo em vocês.

Amada sorri com gratidão.

Madm inclina a cabeça, respeitoso, mas sem submissão:

— A bondade do Altíssimo guie suas decisões.

Thomaz não responde à bênção. Apenas acena com o queixo, como quem aceita… sem admitir que está aceitando.

Ele vira as costas e sai. A porta range.

O silêncio é preenchido pelo bater de um garfo contra um prato, o canto de um passarinho, o sopro brando de vento entrando pela janela.

O grupo troca olhares.
Não de medo — mas de entendimento:

A missão começou de verdade.

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Lukas Dutra

Writer & Blogger

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2 Comments

  • Lian Liex

    Essa coisa de “Respeito” e por isso não é pra falar das escrituras pois afronta ele, é papo de gente covarde e ainda mais isso mostra lá pra frente KKKK
    Interessante esse capítulo Mueehehehe

  • Lukas Dutra

    Este capítulo foi um suspense e tanto o grupo de MADM mostra que não tem problemas com a diferença de hierarquia, tanto que conversa com todos com respeito independente do status.

    Este capítulo foi um suspense e tanto porque estava tudo ocorrendo bem com as discussões até o Thomas chegar e mostrar que é cabeça dura, e em qualquer momento poderia escalar a situação, bom que tudo ocorreu bem, veremos como o grupo se sairá a partir desse momento.

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