Em seu recinto, assentado à janela que dá com a vista para o rio, Drácula, balança sua cadeira, quando percebe Louise adentrar o recinto e dispara:
_ Achei que não viriam me avisar que temos um anfitrião em nosso castelo.
_Perdão, mestre, ele sabe que o senhor é um ser superior, citou o antigo rei, Alexandre, falou dele de forma positiva, então… _ Drácula sinaliza para Louise parar e em seguida, ordena:
_ Basta! Se ele é uma ameaça, divirtam-se e depois o matem! _ Ordena Drácula.
_Senhor, ele é legal e não creio que seja uma ameaça. _ Diz Greta, adentrando o recinto.
_ Cale a boca, sua tola, se o Lord ordena que nós o exploremos e em seguida o executemos, não devemos questionar, apenas obedecer. _ Diz Morgana, que também adentra o recinto.
A fala das duas vampiras irrita Drácula, que se levanta da cadeira e diz:
_ Desde quando vocês perderam os bons modos? O que vos faz achar que podem adentrar a minha presença falando e interrompendo minha conversa com minha serva, Louise? Querem ser castigadas como este homem que ousa adentrar meu recinto sem ser convidado?
_ Perdão, senhor! _ Diz Greta, que em seguida se curva com rosto em chão e diz: _ Mas nosso anfitrião o vê como um libertador, ele não o conhece, mas se refere ao senhor como o seu salvador, eu imaginei que o senhor pode ter piedade dele e certamente terá um escravo por toda eternidade!
Morgana também se curva e levanta sua mão com rosto em terra, então Drácula ordena que ela também se pronuncie.
Então, ela levanta a cabeça e diz:
_ Meu senhor, o homem que chegou ao nosso recinto é orgulhoso, arrogante e ambicioso, veio até nós em busca de vantagens e merece apenas castigo. Eu me alimentei do cocheiro que o trouxe e há pouco, dele, é um ser indigno de piedade!
Algumas horas antes:
O cocheiro que trouxe Renfield tenta desatolar sua carruagem em meio ao gelo, quando Morgana aparece atrás dele. O homem olha espantado e indaga:
_ Senhorita, o que faz aqui?
_Procurando alimento! _ Responde Morgana, que em seguida, libera suas presas e se alimenta do cocheiro.
Agora:
_ E você Louise, você veio até mim antes de suas irmãs, o que você tem a dizer? _ Indaga Drácula.
_ Eu entendo que ninguém melhor do que o senhor para emitir qualquer julgamento. _ Responde Louise, que em seguida, conclui: _Nosso hospede dorme, por que o senhor não se alimenta dele e observa o senhor mesmo se quem tem razão é Morgana ou Greta?
_Sempre sábia, minha serva! Vamos julgar nosso hospede. _ Concorda Drácula.
Alguns minutos depois, as três param à entrada do quarto onde está Renfield, enquanto Drácula puxa sua mão de forma bem leve e diz:
_ A lei dos bons modos diz que devemos sempre receber qualquer forasteiro com bondade, comida e prazeres, espero que em sua mente adormecida, o senhor tenha aprovado a recepção de minhas servas amadas.
Enquanto Drácula fala, Renfield segue adormecido, com sono pesado. As presas de Drácula crescem e ele se alimenta de Renfield, mordendo seu pulso, de forma leve.
Por alguns segundo, Drácula viaja na mente de Renfield, sente toda sua dor, travada por causa do câncer, toma conhecimento do encontro de Renfield com a bruxa Kymberlym, a jovem bruxa que revelou que ele poderia ser seu salvador, vê imagens de Renfield em prostíbulos, se deliciando com prostitutas inglesas.
Drácula também toma conhecimento de todas as belas paisagens da terra da rainha Vitória e em seguida, para de se alimentar dele.
_Viu como ele é inútil, mestre. Permita que maltratemos ele antes de executarmos. _ Diz Morgana.
Sem responder nada, Drácula abre a boca de Renfield, com sua unha, corta seu pulso e coloca seu sangue na boca do homem, o que desperta um leve sorriso no rosto de Greta, que diz:
_ Que bom que o senhor o aprovou, mestre. Eu sabia que a sua misericórdia é imensurável.
Drácula se vira, as três percebem que apesar de ele ter bebido apenas um pouco de sangue, seu rosto já rejuvenesceu e algumas rugas sumiram de sua vista. Em seguida, ele se dirige lentamente a Greta e diz:
_ Greta, minha filha, você é uma boa serva, ingênua, inocente e pura. Você está autorizada a atenuar as dores deste homem com seu sangue, pois devemos tratar bem todos os forasteiros e todos que virem a nós, devem receber aquilo que desejam.
Ao ouvir as palavras de Drácula, Greta vibra silenciosamente, mas de forma intensa, se curva e diz:
_ Eu sabia que o senhor certamente mostraria sua misericórdia, Mestre!
Em seguida, ele se dirige a Louise e diz:
_ Louise, minha serva, eu tenho percebido o quanto você se importa comigo e já havia esquecido o quanto é bom o sabor do alimento humano que dá a vida. Atenderei seu pedido, este homem veio a mim em busca de um salvador e eu estava preso, então, ele viverá enquanto estiver em meu auxílio, em busca da liberdade!
_ Tratarei bem este homem, pois ele lembrou o meu mestre que merece ser feliz! _ Diz Louise.
Em seguida, Drácula se vira para Morgana e ao observar sua expressão fechada, indaga:
_ Por que não está regozijando com minhas decisões, Morgana?
_ Perdão, mestre, mas não acho que a tolice de minhas irmãs de criação possa iludir e enganar vossa sabedoria. _ Diz ela.
_ Você tem razão! _ Diz Drácula
_ Tenho? _ Indaga Morgana, surpresa.
_ Sim! Este homem é arrogante, ambicioso, o câncer que ele possui é pouco sofrimento por sua maldade. _ Dispara Drácula.
_ Foi isso que eu disse, mestre, mas achei que o senhor havia divergido de mim. _ Diz ela, confusa.
_ Você é tola, minha serva, mas se alegre, pois este homem receberá um remédio, o sangue de vocês, mas só será liberto se for um bom servo, e vocês testarão a sua fidelidade e o punirão, segundo o vosso coração. _ Dispara Drácula.
_ E como o puniremos? _ Indaga Louise.
_ Ele quer ter as dores do seu câncer remediadas, o sangue dará a ele a sensação de cura. Dê o vosso sangue a ele, mas punam a sua arrogância o humilhando, punam seus pensamentos de superioridade, tornando-o inferior, ensinem-lhe a viver como um animal, e se ele for fiel, então, eu mesmo o exaltarei e o tornarei como um de nós. _ Determina Drácula.
_ Animal é pouco, este homem deveria viver como um inseto! _ Dispara Morgana.
_ Eu sabia que poderia contar com seu discernimento, Morgana, ensine-o a viver como um inseto, se alimentar de insetos, se humilhar como um inseto e me temer, como os insetos temem os seus superiores! _ Ordena Drácula.