_ Adda! Adda! Acorda filha! Você saiu na hora do almoço, chegou e veio dormir no sofá! Não comeu nada o dia inteiro! Está tudo bem? _ Diz Ádina, preocupada com sua filha.
Adda levanta seu tronco e pela janela do apartamento, percebe que o pôr do sol está próximo.
_ Eu estava sonhando com um amigo que conheci aquela noite que sai. _Confessa ela.
_ Filha, você não comeu nada hoje e já está na hora de ir para a faculdade. Por favor, se arrume! _ Pede Ádina.
_ Ok, mamãe! _ Diz ela. Quando sua mãe se distância, ela se vê intrigada com Diogo, o rapaz que acabara de conhecer: _Aquele garoto deve ser um bruxo! Se não é, porque estou sonhando com ele e sendo atraída para ele desta forma?
Após se alimentar, ela se arruma para a aula na faculdade. Ao abrir seu guarda-roupas, ela escolhe uma roupa que não chama atenção. Para não depender de ninguém, ela vai de ônibus. Ao entrar no ônibus, não há mais vagas nos assentos e ela se vê obrigada a ficar em pés, próximo a porta.
Durante o caminho, ela percebe um sujeito gordo que se aproxima dela, mascando chiclete. Tímida, Adda se afasta do homem e procura outro local para ficar com maior comodidade, porém alguns minutos depois, lá está o mesmo homem próximo a ela.
Mesmo desconfortável, ela se mantém em silêncio em sua posição. No entanto, quando menos espera, o sujeito disfarçadamente apalpa seu bumbum, Adda não resiste, imediatamente se vira e lhe dá um tapa dizendo:
_ Isso é para respeitar as mulheres!
Todos no ônibus riem do sujeito, Adda não resiste e começa a lacrimejar e as lágrimas passam a correr lentamente por seu rosto.
Ao descer do ônibus, em frente a faculdade onde cursa jornalismo, Adda não consegue enxugar suas lágrimas que são percebidas imediatamente por Matheus, seu amigo, que se aproxima e pergunta:
_ O que foi?
Adda não consegue responder, então simplesmente o abraça soluçando, emocionada e chorando.
Matheus a abraça e a leva até um banco da faculdade, onde ele lhe pergunta novamente o que havia ocorrido. Ela lhe conta o ocorrido e admite que se sentiu humilhada. Matheus se revolta, levanta, fecha os punhos e diz:
_Isso não pode ocorrer novamente, Adda! Você precisa aprender artes marciais na academia de meu pai!
_ Não! Eu não tenho dinheiro, Matheus. _ Afirma ela.
Matheus olha em seus olhos e diz:
_ Adda, hoje você quase foi estuprada! Você acha que meu pai cobraria de você? Acredite! Se ele cobrasse, eu pagaria, mas não tenho dúvidas de que ele lhe concederá uma bolsa. Você conhece as ideias do meu pai. Poxa aceita:
_ Se é assim, então é impossível eu rejeitar esse convite, amigo. _ Aceita Adda.
Matheus pega Adda pela mão e a leva para a sala de aula, onde se senta no mesmo lugar de sempre, em frente ao lugar de Matheus. Após a primeira aula, o professor avisa que nos intervalos, alguns colegas estarão passando nas salas para falar dos novos projetos da faculdade.
Após a apresentação dos colegas veteranos, Matheus se vira para ela e diz:
_E aí, você vai participar do projeto?
Adda responde:
_Só se a Adélia for também.
Matheus sorri ironicamente e diz:
_Não entendo essa amizade de vocês, vocês são tão diferentes. Após dizer tais palavras, ele se levanta e deixa a sala, momento em que Adda aproveita para ficar sozinha na sala e refletir um pouco, porém apenas dois minutos depois, Matheus volta e diz:
_ Adda, eu sei que você busca independência, porém estudamos na mesma sala e moramos próximos um ao outro. Estive pensando no que aconteceu hoje com você e não pode voltar a acontecer. O que você acha de a partir das 17h eu passar em sua casa todos os dias, te levar pra aula de defesa pessoal na nossa academia e de lá me responsabilizar em te trazer e levar para a faculdade, garantindo sua segurança?
Adda agradece, mas prefere se expor a todos os riscos e não depender de Matheus. Porém enfatiza que vai aceitar participar das aulas de defesa com ele.
Quando a aula termina, ela volta para casa. No ônibus, ela se sente triste e solitária, indignada com sua vida.
Diogo observa tudo e solitário diz:
_ Desculpa princesa, o Universo sabe que eu faço isso contra minha vontade!