Lucy acorda no meio da noite e relembra dos momentos que viveu a tarde com John Seward. Ao contrário de Drácula, cujo corpo frio a arrepiava, John mostrou-se quente, o suficiente para atenuar a ira da jovem apaixonada pelo “monstro”, mas não suficiente para fazê-la o esquecer.
Discretamente, para não acordar sua amiga e sua mãe, Lucy sai novamente para o jardim e sussurra chamando por Drácula.
_ Apareça, eu sei que está por perto! E também sei que não é por minha causa, eu agora sei o que o faz rondar minha casa. Apareça e me conte o que faltou sobre sua história. _ Diz ela.
Após uma longa e sequencial insistência, Drácula aparece e se assenta ao lado dela. Lucy o olha friamente, a princípio e do nada começa a dizer, bastante triste:
_ Eu não conseguia entender o que trazia um vampiro a minha casa, mas depois do que me falou na noite passada eu lembrei que a curiosidade de Mina a levou até o porto do Brighton, onde ela conheceu um sujeito estranho e misterioso. Este sujeito se identificou como príncipe para ela, e para mim, como um monstro. Conquistou nós duas, mas só eu o conheço em sua verdadeira forma!
_ O que te leva a presumir que me conhece? Você não tem ideia da minha verdadeira forma! _Dispara Drácula.
_ Você é um vampiro! O causador da morte de todos no tal barco que veio da Transilvânia! Você é o monstro que fez minha amiga esquecer seu noivo que…_ Lucy para refletir por um momento e em seguida, prossegue: _ Você veio da Transilvânia? Você tem algo a ver com o desaparecimento de Harker?
Drácula olha para a jovem e a aplaude, dizendo:
_ As descobertas que a senhorita fez não me deixam escolha, certamente, você terá que morrer!
Ao ouvir as palavras de Drácula, Lucy surpreende. Em vez de correr, ela se lança aos pés de Drácula e diz:
_ Mate-me! Melhor é morrer do que continuar a viver sabendo que fui rejeitada e preterida por Mina! _ Em seguida, ainda de joelhos e lançada aos pés de Drácula, ela levanta a cabeça e diz: _ Eu sei que você deve ter matado o noivo de Mina e com seus poderes, talvez a atraiu para aquele porto, eu sei que matou todos no navio e eu ainda te amo. Você acha que Mina ainda o admirará após saber tudo que o você fez? Você acha que Mina o perdoará por ter matado Jonathan Harker?
_ Eu não o matei! _ Dispara Drácula.
_ Então, porque ele não envia mais notícias para Mina? _ Questiona Lucy.
_ Por que ele não é um sujeito justo como aparenta ser! Ele se encantou por minhas servas e traiu Mina. Isso me fez o repudiar e dar uma alternativa para ela. Quanto ao porto, eu não tenho poder para atrair ninguém, mas quando a vi, percebi que ela era a única que poderia despertar em mim aquilo que só Elisabeth me fez sentir. _ Afirma Drácula.
_ Então a tal Elisabeth realmente existe? Não é um nome para descrever Mina como Alucard? Que nada mais é do que seu real nome ao contrário.
Drácula levanta Lucy, passa a mão em seu pescoço e diz:
_ Lucy, você é realmente uma pessoa incrível! Eu não quero te matar!
Ouvindo isso Lucy o abraça e diz:
_ Eu posso ser melhor do que Elisabeth! Eu o aceito como você é e eu o amo! Eu tenho sido fiel a ti e não contei nada sobre você a ninguém, eu tenho provado minha fidelidade.
As palavras de Lucy fazem Drácula se dividir entre Mina e ela. A dúvida se torna clara e perceptível no olhar do Lord vampiro, que para saber o que fazer, decide se alimentar de Lucy e ao morder seu pescoço e ingerir o sangue da moça, percebe todo sentimento de ira e confusão em seu coração, que a levou a se entregar a John Seward.
A mordida de Drácula é seguida por um tapa na cara da moça que dá uns três passos para a direita antes de cair no chão.
_ Por um momento eu acreditei em suas palavras de fidelidade! Por um momento eu imaginei que você realmente pudesse ser uma pessoa mais digna do que a Srta. Monroe, mas você não tem virtude. Se entregar ao melhor amigo de seu noivo?! _ Dispara ele
_ Eu não ligo para o meu noivo, eu te amo! Eu estava confusa e com raiva! Eu precisava de me vingar de sua traição com Mina. _ Enfatiza Lucy.
_ Traição? Se alguém pode se dizer traída, é Mina! Você é uma mulher sem escrúpulos! _ Dispara Drácula, que em seguida se vira e caminha lentamente como alguém que vai embora.
Lucy grita:
_ Espera!
Drácula se vira e diz:
_ Para que? Para me convencer de que você realmente merece a morte?
_ Sim! _Diz ela, correndo até ele e se ajoelhando mais uma vez e dizendo: _Eu mereço a morte, mas eu te amo! Eu errei! Eu me entreguei ao idiota do Seward, mas não parei de pensar em você! Me perdoe, por favor!
Drácula estica suas mãos, a levanta e diz:
_ Eu realmente tenho um carinho por ti! Realmente fiquei confuso sobre você e por algum tempo imaginei que você pudesse ser mais adequada para mim do que a própria Mina.
_ Eu sou! Eu sou! Eu faço o que for preciso! _ Insiste Lucy.
_ Eu prometo analisar tudo isso com carinho e decidir com calma o que farei com você, mas saiba que certamente, você jamais será minha rainha, princesa ou esposa. Eu jamais aceito possuir alguém que já se entregou a outro homem!
Lucy começa a chorar e diz:
_ Não! Por favor não!
Em seguida, ela tenta o abraçar, mas quando o faz percebe que ele já não está em sua frente.
_ Lucy, está tudo bem? _ Pergunta Mina, atrás dela.
_ Sim! Tive mais um ataque de sonambulismo. _ Responde Lucy.
Mina sorri, se aproxima de sua amiga e diz:
_ Vamos para a cama, minha amiga, tudo vai ficar bem.
_ Vai! _ Responde Lucy, a abraçando.
Em baixo de uma árvore, Drácula deixa-se ser visto por Lucy e sorri para a mesma.
Percebendo a presença de seu amado, Lucy diz:
_ Vai porque há um príncipe cuidando de nós todas as noites.
Mina olha para sua amiga e diz:
_ Um príncipe não! Um rei! Jesus não é só um príncipe, é o nosso rei.
_ Eu não estava falando de Jesus, afinal, não é Jesus que você tem ido encontrar todos os dias. _ Pontua Lucy.
Mina sorri e diz:
_ Mas meu príncipe não nos vigia durante a noite.
_ Você não sabe! Vai que ele tem um reino que lhe permite te proteger sempre? _ Pontua Lucy.
_ Quem dera! _ Completa Mina.
As duas se dirigem para dentro de sua casa e Lucy insiste em olhar para trás tentando visualizar Drácula novamente, mas não vê ninguém.