Casa de William, sábado, 30 de março de 1963, 5º dia do 1º mês no calendário da Bíblia.
A manhã se desenrola na Residência de William com uma brisa suave que acaricia as cortinas de linho, o aroma de ervas frescas e pão caseiro pairam no ar. O sol, ainda baixo no horizonte, lança raios dourados sobre o quintal, onde cadeiras de madeira foram dispostas em círculo.
Luk, com sua figura robusta e expressão serena, levanta-se diante do pequeno grupo reunido, composto majoritariamente por mulheres e alguns jovens, incluindo Bunnym, Sasha e Joaquina. Ele ajusta o tom de voz, começando os estudos do Yom Shabat com um tema que ressoa profundamente: a alimentação como símbolo de fidelidade a Deus.
— Amigos, hoje vamos refletir sobre como nossa alimentação reflete nossa relação com o Criador. — Diz Luk, com voz firme e acolhedora. — Quando Deus criou a vida na Terra, como lemos em Bereshit, no primeiro capítulo, Ele não pretendia que a morte fizesse parte de Sua obra perfeita. Em Gênesis 1:29-30, Ele deu a todos — homens e animais — as ervas e os frutos como sustento. A alimentação vegetariana, baseada em vegetais, não implica necessariamente a morte, nem mesmo das plantas, pois elas se renovam continuamente, oferecendo seus frutos como dádiva divina.
Ele pausa, sorrindo levemente enquanto olha para Nokram, sentado ao piano. — Meu irmão Nokram e eu somos vegetarianos. Comemos derivados de leite, como queijo e iogurte, que nos sustentam sem exigir a morte de um animal. Evitamos carne porque sabemos que ela só chega à nossa mesa ao preço da perda de uma vida, algo que, no plano original de Deus, não era necessário.
William, sentado ao lado de Madm, inclina-se e sussurra, com voz preocupada: — Então é errado o que fizemos? Pois celebramos a cura de Ângela com um churrasco, e você também comeu conosco.
— Calma, ele vai explicar! — Tranquiliza Madm, com um aceno discreto.
Luk continua, sua voz ganha profundidade. — Mas o homem, ao pecar, rompeu essa harmonia. Em Gênesis 3, após a desobediência, Deus escolheu que outro ser morresse em lugar do homem. Ele próprio sacrificou um cordeiro, cobrindo Adam e Chawa com suas vestes, um ato de misericórdia que aponta para o sacrifício final do Messias. Isso mostra que, mesmo na queda, Deus proveu uma redenção.
Amada, ao lado de Ângela, observa a plateia e comenta em voz baixa:
— Você reparou que quase todo nosso público hoje é composto por mulheres? Há pouquíssimos homens, e os que estão aqui são jovens como Bunnym. Ângela justifica, com um sorriso suave: — É sábado de manhã, normalmente os homens trabalham. As mulheres que estão aqui, provavelmente, são sustentadas por seus maridos. Luk retoma a palavra, o tom agora mais didático. — Após o dilúvio, em Gênesis 9, Yhwh permitiu o alimento carnal, mas com restrições. Ele classificou certos animais como desprezíveis, e estes foram designados como kosher — uma palavra hebraica que significa ‘permitido’. Não se trata de ‘puros’ ou ‘limpos’ no sentido moral, mas de uma designação divina. Vamos ler juntos essa instrução em Vayikra, o livro que chamamos de Levítico. William pega uma Bíblia Católica versão Ave Maria e, a pedido de Luk, lê em voz alta os versículos de Levítico 11 (tradução baseada na Vulgata):
“1. O Senhor falou a Moisés e a Aarão, dizendo-lhes: 2. Falai aos filhos de Israel e dizei-lhes: Estes são os animais que podereis comer de entre todos os animais que estão sobre a terra: 3. Todo o animal que tem unhas fendidas e que rumina, esse podereis comer. […] 7. Também o porco, porque tem unhas fendidas, mas não rumina, é impuro para vós; não comereis da sua carne nem tocareis o seu cadáver. […] 9. Tudo o que tem nadadeiras e escamas nos mares e nos rios, isso podereis comer. […] 13. Dentre as aves, estas são abomináveis e não comestíveis: a águia, o grifo, o falcão, […] 20. Todo inseto que voa e anda sobre quatro pés será abominável para vós. […] 29. Dentre os animais que se arrastam sobre a terra, estes são impuros para vós: a doninha, o rato, […]”
Luk explica, gesticulando com entusiasmo:
— Vejam, para os quadrúpedes, Deus permite apenas aqueles com unhas fendidas e ruminam, como vacas e ovelhas. Nos mares, só os com nadadeiras e escamas, como peixes. Aves como águias ou falcões estão proibidas, assim como insetos e répteis. Essas regras não são arbitrárias; são um convite a viver em harmonia com a criação de Yhwh.
Quando William lê Levítico 11:7, proibindo o porco, Vanda comenta, com um risinho:
— O pai não vai gostar mesmo de saber disso. Imagina saber que Deus não quer que comamos o leitãozinho gostoso que ele faz com pururuca todo domingo?
— Se o pai souber que a gente veio aqui, ele vai ficar muito irado. — Adverte Guerra, franzindo a testa.
Luk prossegue, com voz calma:
— E não se trata apenas do porco na sua forma comum. Derivados industrializados, como salsicha, gelatina, linguiças, presunto, salame e mortadela, também devem ser evitados, pois contêm partes impuras.
Guerra ouve e dispara, cruzando os braços:
— Eu jamais vou ficar sem meu pão com mortadela tão gostoso de todas as manhãs.
— E a linguiça maravilhosa que o papai faz? — Lamenta Wanda, com um suspiro. Fortaleza ironiza, rindo:
— Vocês não estão levando a sério o que esse menino gordo tá falando, estão?
Guerra sorri e rebate, apontando com o nariz para Nokram:
— O menino gordo não, mas o que ele fala é diferente do que pensa o menino lindo do piano?
— Eu achei mais bonito o carinha que está sentado ao lado da vadia, irmã do William.
— Diz Fortaleza, direcionando o rosto para Menslike, que ouve ao lado de Let.
Vanda sorri, abaixa a cabeça e provoca:
— Quem realmente parece interessado em você, é o naniquinho ali, Fortaleza. — Diz ela, piscando para Bebeto.
Bebeto percebe a piscadinha de Vanda e pensa: “Acho que ela gostou de mim, mas a irmã dela é mais linda. E agora, o que eu faço?”
Luk continua, ignorando os comentários paralelos, enquanto Sasha, Bunnym e Joaquina prestam atenção. Guerra, porém, olha para Madm ao lado de William e sussurra:
— Beleza é importante, mas segundo o papai, o homem que comanda é aquele ao lado do Capitão William. Se a gente for gostar de alguém, tem que ser dele.
Fortaleza a repreende, com expressão fechada:
— Credo, minha irmã, ele é casado!
Guerra, sem se abalar, rebate:
— O tal Menslike, que você achou bonito, aparentemente também está acompanhado, e com a irmã do William.
Fortaleza insiste, irritada:
— Mas até onde sabemos, eles não são casados, nem namorados.
Fazenda de Thomaz Muller.
A manhã avança na Fazenda de Thomaz Muller, o sol escaldante reflete nas vastas plantações de milho que cercam a propriedade. A caminhonete estaciona diante da varanda de madeira, rangendo sob o peso de Thomaz. Ele desce, o chapéu de feltro cobre parcialmente o rosto marcado pelo tempo e ordena com voz grave:
— Chame Kilba em meu escritório, quero falar com ela.
Alguns minutos depois, Kilba entra no escritório, um cômodo aconchegante com paredes de tijolos e uma mesa de mármore cheia de papéis. Ela se curva humildemente diante do poderoso fazendeiro, dizendo:
— Me chamou, senhor Muller.
— Sim, por favor, sente-se, minha linda. — Pede ele, com um tom que mistura autoridade e carinho.
Kilba se senta, com as mãos trêmulas sobre o colo. Thomaz acende um charuto cubano, o cheiro acre invadindo o ar enquanto sopra a fumaça em anéis lentos, o brilho do fogo reflete em seus olhos calculistas.
— Desculpa por sair ontem sem falar contigo, precisava conversar com minha esposa antes. — Justifica ele, recostando-se na cadeira.
Kilba se surpreende e indaga, com voz hesitante:
— O senhor contou para ela?
Thomaz sorri, dando outra tragada no charuto.
— Não. Claro que não, mas sim, de certa maneira sim.
— Como assim? — Pergunta Kilba, confusa.
Thomaz exala a fumaça, rindo baixo.
— Eu contei para ela que você ‘embuchou’, e falei que é melhor você trabalhar com ela, lá em casa. O Duck não tem problemas com isso.
Kilba ouve o nome de Duck e indaga, alarmada:
— Como assim? O que o Duck tem a ver com minha vida?
Thomaz solta uma gargalhada rouca e sentencia:
— Lógico, ele é o pai do seu filho. — Então, sorri mais ironicamente e explica: — Eu falei com ele. Para minha esposa, ele dirá que é o pai!
Casa de William.
O sol se aproxima do meio-dia, tingindo o céu de um dourado intenso que banha a Residência de William em uma luz quase sagrada. O canto dos pássaros se mistura ao sussurro das folhas, enquanto uma brisa morna carrega o perfume de flores silvestres do quintal.
Luk termina sua mensagem, e alguns levantam-se, aplaudindo com entusiasmo. Em seguida, Healer sobe ao centro, sua voz grave cantando “Hinei Ma Tov”.
Após a música, Nokram dirige a oração com sua voz jovem carregada de fervor. Guerra ouve em silêncio e pensa: “Em toda minha vida, vou à igreja do Pastor Paulo e nunca fui tocada por uma oração como essa desse jovem.”
Após o encerramento, William convida todos para o almoço, corrigindo-se com um sorriso:
— Venham todos para o kiddush, preparado com amor por Amada, Ângela, Healer e Luk! — Diz ele, com alegria. — Amada liderou a cozinha com um ensopado de legumes e pão fresco, Ângela preparou os queijos caseiros, Healer e Luk prepararam deliciosas pizzas.
Após a reunião, Pedro, o jovem católico que acompanhou as duas reuniões anteriores, sussurra para seu amigo José:
— Viu, Zé, como eles são? Ignoram a Igreja, defendem que não podemos comer comida, esquecem que Jesus purificou tudo, defendem a guarda do dia dos judeus e não do domingo.
— Sim, você tem razão, precisamos relatar tudo isso ao Padre Lucius. — Comenta José, assentindo.
Let respira fundo e Menslike indaga, com um sorriso:
— E aí? Será que compensou perder a aula hoje?
Let sorri, batendo nas costas do amigo:
— Eu não ia dar aula, já te expliquei, mas ia avisar meu aluno, pois falhei nisso ontem.
Bunnym, o jovem curado na noite anterior, procura Madm e diz:
— Sr. Madm, eu preciso almoçar em casa com meus pais e meus irmãos, mas a partir de hoje, como meu bigode é grosso, tenha certeza de que eu nunca mais vou me alimentar de animais impuros. Tudo que aprender aqui com vocês, eu vou praticar. Além disso, hoje à noite eu virei e vou tentar trazer meus irmãos, Asfalto e Gabi, e ainda meus amigos, Marquinho e Dutra.
Madm o abraça e diz:
— Que alegria, meu amigo, é muito bom ouvir isso.
Enquanto isso, Healer conversa com Sasha e Joaquina.
— Você canta muito bem! — Exalta Sasha.
— Sim, tanto seu grave quanto seu agudo são muito bons. — Acrescenta Joaquina.
Healer sorri com um pouco de timidez, agradece e convida:
— Venham ao pôr do sol se reunir conosco.
— Vamos pensar, o dia passa muito rápido. — Comenta Sasha.
Mas Joaquina enfatiza:
— A gente pode chegar atrasada, mas vem.
Gotham City, início da tarde.
Em um beco escuro nos fundos da Iceberg Lounge, o ar cheira a lixo úmido e fumaça de escapamento.
Max Eckhardt, o policial que atendeu Selina anteriormente na DP, encontra Carl Grissom em um canto sigiloso, sob a luz fraca de um lampião.
— Chefe, ouvi rumores sobre o possível sumiço de uma das prostitutas, uma amante de Falcone. Uma tal de Annika — Diz Eckhardt, com voz baixa.
Grissom, um homem de terno impecável e olhar frio, acende um charuto e ri.
— Besteira, Max. A moça deve estar equivocada, curtindo em algum lugar. Dispenso isso. — Diz ele, acenando para Eckhardt sair.
Quando Eckhardt se afasta, Arthur Fleck, conhecido como Jack, se aproxima com o rosto pálido iluminado por um sorriso torto.
— Será que ele sabe que o senhor passou a noite com Annika?
— Claro que não, e nem você sabe disso, Jack. — Responde Grissom, com um tom ameaçador.
Ponta Porã, residência das três irmãs.
Na humilde casa das três irmãs, o calor da tarde paira sobre as paredes de adobe. A mãe, com os braços cruzados, adverte:
— Se o pai de vocês souber que foram à casa do William, vão levar uma surra, e eu vou achar bom, porque merecem!
— Mãe, mas o próprio Pastor Paulo foi lá na quinta. — Rebate Guerra.
— E ontem, o Pastor Faustão não foi ao culto e foi visto lá também. — Acrescenta Fortaleza.
— Mas ontem, no culto, o Pastor Paulo falou que foi lá porque achou que era um culto de ação de graças pela cura de Ângela, que ele orou muito para ocorrer, não para exaltação de pessoas que desprezam o ensino de Jesus. — Insiste a mãe.
— Verdade, mãe, eles querem que a gente não coma comida gostosa, não trabalhe, mas parece que pode trabalhar no domingo. São estranhos. — Pontua Vanda.
Fortaleza se levanta, irritada, confessando:
— Ai, até parece que vocês vão trocar de religião por eles. A gente foi lá porque tem cinco rapazes solteiros que parecem bonitos e abençoados por Deus. A gente que vai fazê-los mudar de religião!
— Hum, o Bebeto tá fazendo sucesso. — Provoca Vanda.
— Bebeto? Será? Acho que foi o Menslike. — Acrescenta Guerra.
Fortaleza sorri e rebate: — Pelo menos eu olhei para os solteiros e não para os casados!
— O Nokram não é casado! — Rebate Guerra.
Fortaleza provoca:
— Você estava de olho no Madm, que eu sei.
Guerra se irrita:
— E você estava de olho no Menslike, que é quase namorado da irmã do William.
A mãe se levanta, furiosa:
— Que vergonha! Tantos meninos na igreja, na cidade e vocês olhando para seres estranhos comprometidos. — Então olha para Vanda e pergunta: — E você estava de olho em alguém?
Vanda sorri e confessa: — Sim, o Bebeto, mas ele só tinha olhos para a Fortaleza!
Residência de Muller
Thomaz Muller estaciona sua caminhonete diante da sua casa. Ele desce, ajustando o chapéu, e se volta para Kilba no banco do passageiro.
— Lembre-se, Kilba, sempre se refira a mim como senhor, seja grata a Jady por lhe acolher, e critique Duck por não assumir seu filho. Um canalha que foge de suas responsabilidades.
Kilba assente com os olhos baixos. Thomaz abre a porta para ela com um gesto educado, e Jady sai feliz, abraçando Kilba.
— O Muller me contou tudo, fique tranquila, aqui você está protegida. Todo mundo erra, eu jamais te julgarei. — Diz Jady, com voz doce.
Kilba, constrangida, murmura com um agradecimento, sem saber como reagir à ingenuidade da esposa de Muller.
Igreja Católica Matriz de Ponta Porã.
Nesse ínterim, José e Pedro adentram a Igreja Matriz, o som de seus passos ecoa no silêncio. O Padre Lucius, de dentro do confessionário, diz:
— Eu costumo receber um por vez, para que Deus possa os perdoar.
— Padre Lucius, não viemos porque pecamos, viemos te informar sobre um grupo de pessoas estranhas que está ensinando heresias em nossa cidade. — Diz Pedro.
— Heresias? Que tipo de heresias? — Pergunta o Padre.
— O senhor não quer nos levar à sacristia para conversarmos mais à vontade? — Indaga Pedro.
O padre sai do confessionário e os convida à sacristia.
Casa de William.
O pôr do sol tinge o céu de laranja e púrpura, e todos se reúnem no quintal. Nokram procura Madm e pede:
— Eu vi que você convidou o Luk para ministrar hoje de manhã, e está buscando fazer os estudos sequenciais. Na primeira reunião, você ligou a cura de Ângela à criação, ontem à noite falou sobre a cessação da criação, hoje o Luk falou sobre alimentação. Quero coordenar a sequência hoje.
— E sobre o que você quer falar, filho? — Pergunta Madm.
— Sobre os quatro tipos de pessoas que se relacionam com Deus, tomando Kayn, Shet, Hevel e Lamech, descendente de Kayn, como referência. — Responde Nokram.
Madm reflete e diz:
— Eu ia pedir para Amada falar sobre a importância de uma mulher se casar com um homem de Deus, usando Avan e Alura como exemplos, mas acho que a mensagem dela pode esperar. Fique à vontade, Nokram.
O grupo começa a cantar e logo Bunnym chega com Sasha, Joaquina, Marquinho e Dutra. Healer os recebe, e Bunnym se gaba, tocando seu bigode:
— Viu que eu vim!— Sim, e trouxe amigos. — Diz Healer.
Bunnym apresenta:
— Falei que vocês me curaram, e meus amigos, Marquinho e Dutra, decidiram vir. Os irmãos dele, Trovão e Éfra, estão com problemas semelhantes.
— Será que o Madm pode visitar a casa do Dutra após a reunião? — Pergunta Sasha.
— Acho que sim. — Responde Healer. — Mas não é Madm quem cura, é Elohim, o Criador. Madm é apenas um veículo do poder de Yhwh.
— Meus irmãos não puderam vir, mas em breve virão, tenha certeza! — Promete Bunnym.
A noite cai e, a pedido de Dutra, o grupo ora por Trovão e Éfra.
Nokram começa seu discurso:
— Existem quatro tipos de pessoas que se relacionam com Deus. O primeiro, infelizmente o mais comum, é Kayn. Ele se achava o escolhido para tirar o pecado da humanidade, ungido para a redenção, mas se tornou egoísta, cometendo o assassinato de Hevel.
Let provoca Menslike:
— Seu irmão fala bem. Quando vamos ouvir você ministrando as escrituras?
Menslike sorri:
— Já que pediu, na próxima reunião mesmo!
Nokram continua:
— O segundo tipo é Hevel, humilde e justo, mas perseguido e morto. Um arquétipo de Yeshua e seus discípulos.
A plateia cresce, com mais homens chegando.
Marquinho indaga:
— Por que os justos morrem e os perversos têm sucesso?
Healer responde:
— O sol nasce para todos! Yhwh é justo, mas Sua justiça não é simétrica. Hevel viveu feliz, mesmo brevemente.
Nokram prossegue:
— O terceiro tipo é Shet, que buscou justiça e por isso, sua descendência foi poupada no dilúvio… O quarto é Lamech, que se arrependeu, e sua filha Naamah se casou com Noach.
Marquinho insiste:
— Se Deus é bom, por que destruiu tudo?
Healer explica:
— Quando os maus oprimem, Deus age. Lamech foi perdoado para preservar a humanidade.
Nokram encerra:
— Resumindo, Deus perdoa a todos, menos quem se acha justo.
Após a reunião, Bunnym e Dutra procuram Madm:
— O senhor pode visitar a casa de Dutra? Os irmãos dele estão doentes. — Pede Bunnym.
Madm responde: — Já oramos por eles. Será que não atenderá nossa oração?
Let ouve a conversa e sussurra, ironizando, para Menslike: — O amigo do Bunnym é estrábico, por que não pediu cura para ele?
Menslike sugere:
— Deixa os meninos em paz! É sábado à noite, que tal sairmos para tomar sorvete e fofocar só nós dois?
Let aceita: — Ótima ideia, vou avisar Ângela.
Igreja Evangélica Pentecostal do Pastor Paulo em Ponta Porã.
A igreja está vazia, Guerra, Fortaleza, Wanda, sua mãe e Faustão são os únicos que comparecem.
— Vamos começar, pastor. — Sugere Faustão.
— Mas ninguém chegou, vamos esperar. — Indica o Pastor Paulo.
Fortaleza confessa:
— Acho que não vem mais ninguém, todos estão na casa de William.
A mãe das meninas declara:
— Mas nós estamos aqui, não vamos nos deixar enganar por quem nega os ensinos de Jesus.
— Verdade, irmã Laodiceia, obrigado. — Agradece o pastor, começando o culto.
Laodiceia ouve e sussurra:
— De nada, mas me chame de Lao, pastor!
Residência de Thomaz Muller
Na cama, Thomaz é abraçado por Jady. — Fiquei feliz com sua atitude. — Diz ela.
— O Duck é jovem, Kilba também. Você pode adotar o filho e ela trabalhará tranquila.
— Mas ele deveria assumir a criança. Ser responsável. — Exige ela.
Muller ouve e rebate:— Se ele assumir, ela não nos doará a criança.
Jady o abraça mais forte:
— Verdade, deixa os jovens agirem e a gente ser feliz!
Sorveteria de Ponta Porã
Na sorveteria, Let e Menslike saboreiam sorvetes sob luzes amareladas.
— E na sua antiga vida, você não tinha filhos? Não se casou? — Pergunta ela.
— Tive um filho, mas ele morreu na perseguição contra quem parecia com Israel. Fiquei abalado, mas esse grupo que hoje está em sua casa, digo, na casa de William me apoiou. — Responde Menslike.
— E sua esposa? — Insiste ela.
— Ela me largou quando ele era pequeno. Eu o criei com minha mãe. — Confessa ele.
— Que triste. — Lamenta Let.
Menslike indaga:
— Você se lembra da mensagem ministrada por Nokram há pouco?
— Claro! — Responde Let.
— Então, pelos tipos de servos de Deus apontados pelo Nokram, meu filho foi como Hevel. Eu não cometi nenhuma atrocidade, mas me vejo no quarto grupo, sempre metendo os pés pelas mãos, principalmente, na juventude.
Residência de William
Após todos saírem, Luk procura Madm. — Será que é adequado continuarmos contando a todos sobre nossa origem e missão?
— Claro que não! — Responde Madm. — Vamos alinhar uma história unificada, como se todos fossemos irmãos, amigos da Let da Inglaterra, conforme combinamos de contar no primeiro dia, perdemos nossos documentos. Guardemos a verdade apenas para os mais próximos.
— Foi o que pensei. — Concorda Luk.
Madm o abraça:
— Menslike saiu com Let. Vamos nos reunir amanhã pela manhã para combinar.