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Dream Life in Paris

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3. Em propriedade privada

O sol de Ponta Porã, Mato Grosso, em 1963, queima com uma intensidade quase sagrada, seus raios dourados derramando-se sobre a planície que se estende até a fronteira com o Paraguai, como se o próprio céu estivesse abençoando a terra. Árvores de ipê erguem-se em floridas sentinelas, suas cores vibrantes contrastam com as palmeiras que sussurram ao vento, enquanto o som de mugidos distantes e o zumbido incessante das cigarras criam uma sinfonia rústica. A brisa quente acaricia a pele, carrega o leve aroma de erva-mate das plantações próximas, um perfume que atravessa a linha invisível da fronteira, misturando-se ao cheiro terroso do pasto.

Madm pisca os olhos, ajustando-se à luz crua do dia após o borrão celestial, e percebe que está acompanhado de sua esposa, Amada, seus irmãos Luk e Healer, seu sobrinho Bebeto e seus filhos, Menslike e Nokram. Seus corações ainda palpitam com a transição abrupta, uma mistura de assombro e reverência pulsando em suas veias.

Amada veste uma roupa preta, bela, mas simples, que parece deslocada no interior do Mato Grosso dos anos 60, como um eco de uma elegância celestial que desafia o tempo.

Madm, por sua vez, está envolto em cores vermelho e branco, simples, mas marcantes, com um talit branco e vermelho pendurado no ombro e, na argola de sua calça, um cordão branco trançado com azul — símbolos da necessidade de se guardar os mandamentos conforme ordenado na Torá, a Lei de Deus registrada nas Escrituras.

Nokram, Menslike, Luk, Healer e até o pequeno Bebeto carregam cordões semelhantes, demonstrando a unidade espiritual do grupo.

Bebeto, com seu corpo infantil, mas olhos sábios, exibe roupas douradas; Luk veste um vermelho vivo que reflete sua energia; Healer opta por um leve tom salmão que suaviza sua presença; Menslike ecoa a sobriedade preta de Amada; e Nokram compartilha o vermelho de Luk, unindo a família em uma paleta viva.

As túnicas de linho que lembram a todos a necessidade de guardar os mandamentos de Deus, conforme a Torá e as escrituras, estão carregadas nos ombros de cada um, enquanto os rostos e mãos expostas brilham com um leve resquício da glória celestial, um testemunho silencioso de sua experiência diante da incorrupção e perfeição divina que puderam vivenciar por quatro dias.

Nas mãos de Madm, os dedos firmes seguram o Cristal do Conhecimento, cuja luz pulsa como um coração vivo, e uma bolsa de sementes que carrega o peso de uma promessa — um legado para a nova realidade, a possibilidade da eternidade se espalhar entre os viventes.

Madm volta-se para Amada com o coração acelerado ao contemplar sua beleza rejuvenescida. A pele lisa como mármore, os olhos brilhando como estrelas recém-nascidas e o corpo esguio, mais formoso do que nunca, despertam nele uma onda de amor e gratidão. Ela o encara, com um sorriso que apaga o medo que tenta se infiltrar em seu peito, e murmura, com a voz cheia de amor:

— Você está perfeito, meu amor.

Ele ri, um som que ecoa pelo pasto como uma melodia inesperada, e responde, com voz carregada de emoção:

— Antigamente, eu tinha hiper fotossensibilidade, não conseguiria te olhar, brilhando como está. — Seus olhos varrem o grupo, notando o brilho em cada rosto, e ele corrige, com um tom de assombro: — Não conseguiria contemplar nenhum de vocês, mas o Eterno me curou.

Bebeto, com uma doce curiosidade que reflete sua inocência recuperada, indaga:

— Onde estamos?

Menslike, com um olhar analítico, responde, com a voz firme, mas curiosa:

— Isso parece uma plantação, deve ser uma fazenda.

À distância, o som de sussurros interrompe o momento. Três homens, capatazes da propriedade, debatem entre si, com rostos marcados pelo sol e pela dúvida. Um deles, de cabelos longos e ondulados, com um corpo robusto, aponta na direção do grupo, a voz trêmula:

— Vocês viram aquele clarão?

Outro, mais jovem, sugere com urgência:

— É melhor irmos até lá e vermos o que ocorreu, chefe.

O terceiro, visivelmente assustado, confessa, os olhos arregalados:

— Esse clarão me dá medo!

O homem chamado de chefe, com autoridade em sua postura, repreende:

— Deixa de ser medroso, Faustão, você não confia no seu Deus?

Faustão, endireitando-se com um orgulho hesitante, retruca:

— Eu sou pastor evangélico. Me converti, mas esse clarão pode ser algo do cabuloso.

O chefe ri, debochado:

— Esses crentes são todos medrosos.

O terceiro, chamado Duck, oferece:

— Quer que eu vá à frente?

— Vamos todos juntos! Peguem suas garruchas. Qualquer coisa, a gente dispara. — Ordena, o chefe, com voz cortante como o estalo de um chicote.

O trio avança, as botas pisando firme no solo seco, até avistarem Madm e seu grupo. Seus passos hesitam ao notar os corpos brilhantes, as roupas que parecem saídas de um sonho, e os rostos que emitem uma luz quase insuportável. Duck murmura, perplexo:

— O que é aquilo?

Faustão, com um fio de esperança, indaga:

— Será que são anjos do céu?

Duck, recuando, questiona:

— Não é melhor voltarmos?

Faustão ironiza, tentando disfarçar o nervosismo:

— Achei que o medroso era eu?

— Vamos nos aproximar. — Ordena, o chefe, com voz firme, cortando a tensão. — E se for coisa do demo? — Insiste Duck.

— Deixa de ser frouxo, Duck! Vamos nos aproximar e ver o que ou quem são! Quem quer que sejam, estão nas terras do nosso chefe, nas terras do grande Thomas Muller! Então, devem sair imediatamente! — Determina o homem.

Faustão, com um tom conciliador, sugere:

— Mas e se forem anjos que vieram nos visitar? Vamos ser simpáticos com eles.

Duck lamenta, protegendo os olhos:

— Os rostos deles brilham, não dá para olhar em sua direção.

— Olhem por cima deles. — Ordena o chefe, tentando manter o controle.

— Meu olho dói ao olhar para eles. — Geme Duck, semicerrando as pálpebras.

No meio do grupo, Amada sussurra, com temor, tingindo sua voz:

— Aqueles homens estão vindo em nossa direção.

Madm olha para ela, o coração apertado, e quando os capatazes se aproximam, murmura, a voz carregada de incerteza.

— Estamos perdidos! Onde estamos?

O chefe, olhando para baixo com autoridade, dispara:

— Eu sou Aparício, capataz chefe desta fazenda, vocês estão em propriedade privada, devem deixar este lugar imediatamente!

Madm, tentando manter a calma, indaga, com voz hesitante:

— Ah, sim! Por onde saímos?

Mas, ao falar, a luz em seu rosto ressoa com intensidade, forçando os capatazes a protegerem os rostos com as mãos, os olhos lacrimejando. Amada, percebendo o desconforto, age rápido. Com um movimento delicado, ela tira um véu de sua bolsa — um tecido leve que não impede sua visão, mas filtra a luz — e o coloca sobre o rosto. Em seguida, pega o talit de Madm, ainda no ombro dele, e o usa como véu protetor, ordenando com firmeza:

— Não podemos fazer mal a estes homens. Tapem seus rostos, pois eles não conseguem nos contemplar.

Faustão, intrigado, pergunta:

— Vocês são anjos de Deus?

Duck, cético, retruca:

— Tem uma mulher entre eles, anjos não têm sexo, pastor de araque.

Com o rosto protegido pelo talit que agora serve como véu, Madm responde com voz calma, mas autoritária:

— Sim! Somos anjos enviados por Deus.

Nokram, corrigindo com suavidade, intervém:

— Mas somos homens como vocês. Estamos em paz, não tenham medo!

Amada, com um tom reconfortante, acrescenta:

— Não somos anjos como vocês imaginam, mas somos enviados de Deus.

Luk reforça, a voz serena:

— Estamos em paz!

Healer, no entanto, adverte, a voz carregada de convicção:

— Mas saibam que os anjos do céu têm sexo, sim, e vocês estão equivocados sobre os ensinos de vossas religiões.

Nokram o cutuca com o braço e sussurra, tentando apaziguar:

— Calma, nem sabemos qual a cultura ou religião deles. Vamos com calma.

Os capatazes, agora mais curiosos do que assustados, observam o grupo tapando os rostos. Duck sugere, hesitante:

— Não seria melhor levar esses dois para o chefe?

Faustão, empolgado, acrescenta:

— Eles parecem seres de luz! Vai que são extraterrestres ou anjos de Deus? Vai que Deus os enviou para abençoar o chefe Muller?

Após uma breve reflexão, Aparício acolhe a ideia, a voz suaviza-se:

— Se realmente estão em paz e são como anjos de Deus, nenhum mal lhes ocorrerá. Nos acompanhem, vamos levá-los à sede da fazenda.

O grupo troca olhares, um misto de alívio e tensão, enquanto o desconhecido os chama. Madm aperta a mão de Amada, sentindo o calor de sua presença, e dá o primeiro passo, guiado por uma certeza que brilha tanto quanto a luz que carregam.

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Lukas Dutra

Writer & Blogger

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