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Dream Life in Paris

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7. Morcegos

7.1. A queda na caverna.

Gotham City, 1953.

O medo é algo que tem seu significado definido pela língua portuguesa como sendo o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo. Algumas palavras sinônimas que buscam representar da forma mais próxima o que se sente ao ter a sensação de medo são: temor, ansiedade irracional ou fundamentada e receio.

A névoa matinal envolve a imensa mansão dos Wayne, situada em um terreno vasto cercado por uma floresta densa, onde os galhos entrelaçados tingem com sombras o ar com tons de verde-escuro e cinza. Para um garoto de oito anos, herdeiro da família Wayne, o cenário pode ser amedrontador. Bruce caminha cabisbaixo, perdido em pensamentos, quando uma voz leve e preocupada ecoa da mansão.
— Bruce! Bruce! — Martha, sua mãe, uma socialite elegante de cabelos castanhos e olhar bondoso, chama repetidamente: — Bruce! Bruce, meu filho, onde está você?

O garoto, distraído, dá um passo em falso e desliza por um buraco, caindo em uma caverna oculta no terreno.
— Ah! Socorro! — Seu grito agudo ressoa.

Dentro da mansão, Martha ouve e se volta para Alfred, o mordomo de postura impecável, com cabelo grisalho e expressão serena:
— Alfred, é a voz do Bruce?!

Enquanto isso, Bruce resvala por uma rampa natural, como um tobogã, até o fundo da caverna. A escuridão o envolve, e o bater de asas de morcegos irritados com sua presença enche o ar.
— Mamãe! Socorro! — Grita ele, fechando os olhos, apavorado, antes de desmaiar.

Mais tarde, ele acorda em sua cama macia, coberto por lençóis de seda. A voz suave de Martha o acolhe e ele abre os olhos para ver seus pais, Thomas e Martha, e Alfred conversando. Thomas, um médico renomado de cabelo preto e óculos discretos, fala com firmeza:
— Martha, você não pode tirar os olhos dele.

Martha, ajustando o vestido, justifica:
— Eu não sei o que ocorreu. Quando dei por mim, ele havia sumido, e, quando ouvi sua voz, saí para procurá-lo. Sorte nossa foi encontrá-lo na caverna.

Alfred, com um leve aceno, acrescenta:
— A patroa Martha tem razão, patrão Thomas. O jovem Bruce não costuma sair da mansão.

Thomas, pensativo, enfatiza:
— Ele caiu na caverna. Tivemos sorte de nada de mais grave ocorrer.

A conversa é interrompida pela voz trêmula de Bruce:
— Mamãe! Eram muitos os morcegos.

Martha, aproximando-se, o consola:
— Sim, filho. Existem morcegos na caverna, mas felizmente, eles não te fizeram mal.

Thomas, com um sorriso, tira três convites do bolso:
— Veja o que eu trouxe para você?

Martha, animada, celebra:
— Ópera, Thomas! Um espetáculo de alto nível!

Bruce, hesitante, pondera:
— Ópera? Mas eu não sou muito fã desse tipo de música, mamãe.

Thomas o interrompe, com entusiasmo:
— Filho, ópera é música clássica, música de qualidade. Precisamos aprender a apreciar e compreender. Certamente, você começará a apreciar a ópera à medida que for ouvindo e tornando isso um hábito.

Bruce força um sorriso, mas dentro dele, o som das asas na escuridão ainda ecoa.
Ele não sabe — mas o medo acabou de escolher seu nome.

7.2. Bruce em busca de justiça.

Manhã de quinta-feira, 28 de março de 1963, no calendário católico — 3º dia dos Escolhidos e Enviados na nova realidade — 3/1 no calendário da Bíblia.

Após o desabafo do dia anterior com Alfred Pennyworth, Bruce acorda com o coração em chamas. “Eu vou matar aquele desgraçado!”, pensa ele, com a mente obscurecida pela raiva.

Ele se dirige a um cofre escondido e o abre com mãos firmes, mas trêmulas de fúria. O metal frio exala um leve cheiro de óleo e pólvora antiga. Ele retira uma Colt Python 357 Magnum — uma arma elegante e poderosa de 1963, adequada a um bilionário — e a oculta sob a blusa com um coldre discreto.

Sai intempestivo, ignorando Alfred, que o observa da escada, perplexo.

“O que será que o patrão vai fazer?”, murmura o mordomo em seus pensamentos, o coração apertado pela mesma pergunta que o silêncio da mansão parece fazer ecoar.

7.3. Assalto na ópera.

Gotham City, 1953.

O ar da noite cheira a inverno e a perfume caro. A mansão Wayne, banhada por uma luz dourada que atravessa os vitrais, é um retrato de elegância e inocência prestes a ser ferida. Martha penteia com doçura os cabelos do pequeno Bruce, enquanto o menino balança as pernas, impaciente.

— Mamãe, eu não gosto de ópera. — Reclama ele, franzindo o nariz.

— Ópera é uma das melhores formas de expressão de arte. A sociedade seria diferente se apreciasse as melhores manifestações culturais. — Justifica, Martha, sem perder o sorriso.

Thomas entra, ajustando o paletó, o cheiro leve de colônia mistura-se ao brilho da gravata impecável.

— E a ópera de hoje é especial, não será tão tradicional. É inovadora! Você vai gostar, Bruce.

— Espero que sim, papai. — Responde o garoto, relutante, mas respeitoso.

A família segue para o carro. No banco traseiro, Bruce observa as luzes de Gotham passando pela janela — o brilho dos letreiros, os becos úmidos, as sombras que parecem se mover por conta própria. Thomas e Martha conversam, com a leveza de quem ainda acredita no poder da bondade.

— Me preocupa o aumento desta onda de violência. — Diz Martha, olhando a rua pela janela.

— Semana que vem realizaremos mais um evento social para arrecadar fundos para os programas sociais da empresa. A única maneira de atenuarmos a violência é promovendo assistência a quem precisa. — Responde Thomas, convicto.

— Thomas, Thomas, você e suas críticas ao modelo capitalista de nosso país. — Brinca, Martha, com um riso delicado.

— Se me chamarem de comunista por tentar promover condições para que os mais pobres tenham dignidade, então eu realmente serei comunista, meu amor. — Enfatiza Thomas, sorrindo com afeto.

O motorista interrompe, com voz respeitosa:
— Sr. e Sra. Wayne, chegamos!

Ao descerem, o frio da noite envolve o trio. Diante do teatro, um morador de rua pede moedas. Thomas se aproxima, e a luz do poste reflete na carteira cheia de notas de cem dólares. Ele pega algumas moedas e as entrega.

O homem murmura, baixo, com desprezo contido:
— Carteira cheia e, pra mim, apenas algumas moedas. Que ridículo…

A família entra no salão da ópera, iluminado por lustres imensos e o burburinho elegante da elite de Gotham. Bruce, maravilhado e incomodado, observa os dançarinos que se preparam. A música começa — e o espanto toma o lugar da admiração.

Dançarinos mascarados de morcegos deslizam pelo palco em movimentos ágeis e sombrios. Bruce empalidece. Seus olhos arregalam-se, e os “ticks” nervosos voltam. O medo sobe como um arrepio pelas costas.

Thomas, sorrindo, sussurra no ouvido da esposa:
— Percebeu o quanto este espetáculo é diferente?

Martha aponta discretamente para o filho. Bruce treme, tapa o rosto com as mãos.

— Está com medo, filho? — Pergunta, Thomas.

— Papai, eu quero ir ao banheiro. — Diz Bruce, com voz trêmula.

— Pode ir, filho. — Responde o pai, com paciência.

— Não! Tem morcegos! — O menino quase chora.

Martha, preocupada, sussurra:
— Amor, ele está com trauma de morcegos desde a queda de ontem na caverna.

— Entendi! Você acha melhor irmos embora? — Murmura Thomas.

— Pergunte ao Bruce. — Responde Martha.

— Filho, você prefere ir embora? — Pergunta o pai, em tom suave.

— Sim! — Responde Bruce, sem hesitar.

Discretamente, o casal se levanta. A plateia mal percebe. Thomas segura a mão do filho, Martha a outra. Ao saírem pela porta lateral, o som abafado da orquestra se mistura ao vento frio da rua.

Thomas se curva, sorrindo arrependido:
— Filho, me perdoa por insistir em te trazer, foi muita falta de tato da minha parte.

— Ok, papai! Te amo! — Diz Bruce, abraçando-o.

Thomas o aperta, emocionado — mas o momento é interrompido pelo grito súbito de Martha:
— Oh! Não!

Uma arma brilha sob a luz do poste.

— Passa a carteira! — Ordena o morador de rua, o mesmo que recebera as moedas na entrada. Sua voz sai rouca, embriagada de raiva e desespero.

Thomas ergue as mãos, tentando apaziguar.
— Sim, claro! Tudo que você precisa!

— Passa logo, não estou de brincadeira! — Exige o homem.

— Calma, vou pegar minha carteira e te passar. — Thomas entrega o que o ladrão quer, e Martha, assustada, passa a bolsa.

— Agora, o colar em seu pescoço, isso deve ser caro! — Exige ele, apontando a arma.

Enquanto Martha retira o colar com dedos trêmulos, Thomas se move, instintivamente — um gesto mínimo, talvez de proteção.

O gatilho clica. O estampido corta o silêncio.

“Pow” – dispara a arma!

— Oh! Não, por que você atirou?! — Grita Martha, desesperada.

“Pow” – Outro disparo. Ela cai.

O homem foge, os passos ecoam nas paredes úmidas do beco, a respiração arfante desaparece na noite.

Bruce se ajoelha sobre os corpos, as mãos pequenas tentam conter o sangue que escapa.

— Mamãe! Papai! Mamãe, papai! — Ele grita, em desespero absoluto.

O garoto chora e é observado por uma garotinha de olhos grandes e sujos de fuligem — paralisada, com seu corpo miúdo tremendo.

Ela segura um pedaço de pão velho contra o peito, como se fosse um escudo.

O colar de Martha, caído no chão, reflete a luz dos postes e brilha em seu olhar úmido.

7.4. Bruce no Tribunal.

1963.

Os flashes piscam como relâmpagos. O som das câmeras, dos passos e das vozes cria uma parede de ruído ao redor. O ar tem cheiro de fumaça, suor e metal — o frio da arma sob a blusa toca o corpo de Bruce, lembrando-o de que não há mais volta.

Bruce, com a arma oculta, estaciona diante do tribunal. Repórteres o cercam:

— Sr. Wayne, o senhor acha justo esta lei de delação premiada? — Pergunta uma.
— Como o senhor se sente vendo a possibilidade de ver o assassino de seus pais sendo perdoado? — Indaga outra.
— Sr. Wayne, o perdão a Joe Chill em troca de nomes da máfia de Gotham pode representar que o legado de seus pais viva e a morte do casal Wayne não tenha sido em vão? — Questiona um terceiro.

Ignorando a imprensa, Bruce avança, determinado a confrontar a impunidade.

7.5. A dúvida de Muller.

Enquanto isso, em Ponta Porã.

Em sua casa, na cidade, Thomaz Muller desperta ao lado de sua esposa — uma mulher robusta, de pele clara, olhos verdes penetrantes e cabelos castanhos presos em um coque firme.
Ele se levanta, coça a barba e murmura, com voz áspera de quem não dorme em paz:

— Dois dias de pura confusão. Esses falsos anjos apareceram com rostos iluminados, dizendo que vinham do céu, mas, na verdade, eram amigos da irmã do William. Golpistas se passando por santos, você acredita, Jady?

Jady, ainda deitada, ajeita o travesseiro e o observa com preocupação discreta:

— Não gosto de pensar que aquele policial esteja aprontando alguma para você. Eles podem ser gente perigosa.

Thomaz bufa, olhando pela janela como quem fareja ameaça no vento:

— Será que realmente são amigos da irmã dele na Inglaterra… ou talvez seja um plano maior?

Ele se cala. E o silêncio que fica é mais barulhento do que qualquer resposta.

7.6. Sete como setenta.
Residência de William.

Nesse ínterim, o café da manhã transcorre em clima de paz e risos na casa de William. A luz da manhã entra pela janela da cozinha, tocando as xícaras fumegantes e o pão recém-assado. Madm, Amada, Menslike, Nokram, Luk, Healer e Bebeto dividem a mesa com William, Ângela e Let — uma comunhão simples, mas cheia de propósito.

Madm, segurando a xícara, cita com voz serena:
— Lembram do livro de Lucas, quando Yeshua enviou os setenta? Ele deu instruções claras: entrem na casa de quem os receber, fiquem por lá e recebam tudo que lhes oferecerem. Nós faremos assim enquanto estivermos na sua casa. E, se você permitir, William, ficaremos aqui.

Menslike ri, o sorriso aberto quebrando a solenidade:
— Yeshua os mandou de dois em dois nos seus dias, mas somos sete! Vamos dar prejuízo!

Risos se espalham. O clima é leve, humano, quase familiar.
William retribui o riso, sincero:
— Se vocês vieram realmente a serviço de Deus para nos abençoar, não nos causarão nenhum prejuízo.

Ele e Ângela se levantam, arrumando-se para a viagem.

— Tão rápido? — Pergunta Madm, curioso. — Será que o exame ficará pronto em apenas um dia?

William responde, com confiança e gratidão:
— O Dr. Cullen é muito eficiente.

A casa se silencia por um instante. Lá fora, o vento balança as folhas da mangueira, como um sinal de que o dia apenas começou.

7.7. Suspeitas no quartel.

Batalhão de Polícia.

Neste mesmo horário, no batalhão de polícia, Charlie Swan e George Anderson conversam, perplexos:

— O Capitão William não veio trabalhar de novo. E agora está com aqueles estranhos que apareceram na casa do Muller. — Diz Swan.

Anderson assente, cruzando os braços:
— É estranho. Algo nessa história não faz sentido.

Os dois ainda trocam olhares desconfiados quando um terceiro oficial se aproxima. O som firme das botas ecoa pelo corredor. É o Major Ringo, homem de expressão serena, mas de autoridade natural. Ele os encara com sobriedade e diz:

— O Capitão sempre foi um exemplo de caráter para todos nós. Vocês deveriam simplesmente aceitar que ele reencontrou amigos e está sendo um bom anfitrião. Apenas isso.

Charlie e Anderson se entreolham. Por um instante, o silêncio paira entre eles — o tipo de silêncio que parece conter dúvidas e ordens ao mesmo tempo.

Swan então quebra o clima, levando a mão ao quepe em sinal de respeito:
— O senhor tem razão, Major Ringo.

O major dá um leve aceno e segue pelo corredor. As botas ecoam até desaparecerem, deixando para trás apenas o som distante de um rádio comunicador… e o peso de uma certeza que ninguém ousa questionar.

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Lukas Dutra

Writer & Blogger

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2 Comments

  • Lukas Dutra

    Vai entrar o Batman nessa história também top demais

  • Luan Dutra

    Esse capitulo ficou muito bom, esse back and fourth (Mostrar uma coisa na frente no tempo e depois atrás várias vezes) ficou muito interessante e uma maneira diferente de se ler o Universo MADM .
    A história do Bruce já tava sabendo, mas ainda é triste ver.
    Não gostei do rumo que os Muller tão tomando.

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