O sol avança em direção ao oeste no céu de Ponta Porã, tingindo com suavidade o céu com tons de roxo e dourado, enquanto a brisa fresca acaricia as ruas calmas.
A bordo de sua camionete C-10 vermelha, William estaciona diante de uma clínica elegante, com paredes brancas e janelas amplas, na cidade de Dourados, a cerca de 110km de Ponta Porã.
William e Ângela descem e, após adentrarem a clínica, são rapidamente encaminhados para serem atendidos pelo médico, um homem de pele pálida, cabelo loiro, penteado com elegância e olhos penetrantes, reminiscentes de uma figura atemporal, que os recebe.
Após cumprimentá-los, ele diz:
— Bem-vindos. Estou surpreso com o que me contaram por telefone, vou acelerar os exames para que o resultado saia amanhã mesmo.
Ângela, segurando a mão de William, relata com entusiasmo:
— Obrigada, Dr. Cullen, eu só sei que, de repente, parei de sentir toda dor. Acredito estar curada!
Dr. Cullen responde com um tom cético:
— Curas milagrosas não existem. Mas fiquem à vontade enquanto preparo tudo.
Ele se retira e, em uma sala separada, conversa com alguém por telefone:
— Parece que o Miguel entrou em ação e curou os familiares da namorada. — Após ouvir algo, ele segue sua conversa. — Não, ele não se revelou a ninguém. Está tudo tranquilo. Vamos averiguar, mas parece que ele apenas curou a cunhada. — O Dr. Cullen silencia por alguns instantes e conclui: — Não sei se o Drácula está a par de tudo isso, mas vamos continuar analisando. Por hora, não temos nada certo contra ele.
Enquanto isso, na residência de William, em Ponta Porã, a sala pulsa com risadas e conversas animadas. Let, com um sorriso largo, conversa de forma descontraída com o grupo. Bebeto, ainda agitado, diz:
— Quase fugi da delegacia! Mas não tinha medo, hein!
Luk, cruzando os braços, corrige:
— Eu sabia que Madm daria um jeito.
Healer, erguendo uma sobrancelha, retruca:
— Deus dá um jeito, não Madm.
Menslike, rindo, provoca:
— Mas sempre através de Madm! — Todos caem na gargalhada, e Let, olhando para Madm, os corrige:
— Então anotem aí, que desta vez Deus decidiu usar meu irmão!
Madm agradece:
— Verdade, a intervenção de seu irmão foi fundamental a nosso favor.
Let então se gloria:
— Mas desta vez, ele usou meu nome. Disse que vocês foram meus amigos na Inglaterra.
— Ainda bem que sabíamos falar inglês. — Comemora Healer.
— Eu não sei. — Lamenta Bebeto.
— Então, você não é meu amigo. — Brinca, Let, que decide mudar de assunto, indagando: — Então, vocês são de outra realidade? Existem mesmo outras realidades?
Menslike, tentando impressioná-la, responde com entusiasmo:
— Sim, mas melhor que a existência de elas existirem é Deus ter nos escolhido em uma delas e nos enviado para cá.
— Verdade! Vocês são muito especiais. — Admite a moça.
Alguém bate palmas em frente à residência de William, Bebeto observa e diz:
— Tem gente aí.
Let se levanta e, ao observar pela porta, afirma:
— É o carteiro!
Quando Let sai da sala, Nokram repreende Menslike:
— Esse seu comportamento com Let… você fez o mesmo com Kilba. Isso não é correto?
Healer, rindo, acrescenta:
— É uma metralhadora desesperada atirando pra todo lado!
Luk, coçando o queixo, brinca:
— Já inventaram metralhadoras?
A risada ecoa novamente, aliviando a tensão, e Menslike se justifica:
— Já sofri muito por mulher na minha vida anterior, agora que sou um cidadão do céu, não posso me divertir um pouco?
Antes que alguém responda, Let retorna, trazendo uma revista nas mãos, e diz:
— Como vocês já sabem, eu já morei na Inglaterra, mas vocês sabiam que meu irmão assina esta revista que traz grandes fatos dos Estados Unidos. Eu preferia estar antenada com Londres.
Madm estica a mão e pede:
— Posso ver?
Let lhe entrega e, quando ele pega a revista, seus olhos se arregalam ao ler a manchete: “Assassino de Thomas Wayne deve ter a prisão revogada”. Seu coração acelera e ele ergue a publicação, exclamando:
— Leiam esta revista! Olhem isso?
Healer, intrigado, murmura:
— Thomas Wayne? O pai do Batman?
O silêncio toma a sala, enquanto todos se entreolham, perplexos.